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Antes que o estoque acabe

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Eleri _UAproveite antes que o estoque acabe é um jargão do marketing, utilizado à exaustão nas campanhas quando se quer ultimar ao potencial cliente a possibilidade de ficar sem o produto em promoção, caso não o adquira imediatamente. É verdade que serve para o varejo e tem pouca aplicabilidade para produtos especializados ou de significativo valor agregado, mas é amplamente utilizado.
De outro lado, a vida é cheia de estoques. Guardamos coisas boas e ruins. Não só físicas, mas também psicologicamente nos munimos deles durante nossa trajetória. Em determinados momentos utilizamo-los para equilibrar a balança. Quem, por exemplo, nunca ouviu ou empregou a frase “meu estoque de paciência está acabando”?
Aliás, para o nosso bem e para o bem do convívio coletivo em sociedade, paciência é um dos recursos que sempre devemos manter o estoque em elevaddo nível. No trânsito, por exemplo, é fundamental que a tenhamos em abundância.
Agora, com os pardais e outros equipamentos de adestramento urbano do trânsito é necessário primeiro paciência para enfrentar a verdadeira prova de regularidade, para não ser multado. De outro, muita paciência para enfrentar os condutores que não entendem os indicativos nas placas de velocidade máxima e acabam praticamente parando o trânsito, andando na velocidade mínima. Quando não abaixo dela.
Para os mortais comuns, por exemplo, o banco é outro martírio. Lei da fila de banco, em boa medida é para ‘inglês ver’. Os de menor condição socioeconômica, justamente aqueles que já dependem das precárias opções do transporte público, são os que mais sofrem com o descaso. Dá-lhe paciência.
Na fila do supermercado, principalmente quando temos várias para enfrentar. Fila para comprar carne, para pesar as frutas, comprar pão e por fim, fila para pagar. Esqueci. Tem supermercado que obriga o cliente a enfrentar ainda fila para sair, porque requer dele que mostre a nota fiscal para conferência. Haja paciência.
Esta semana fui à padaria, mas não enfrentei grande fila porque casualmente era fora do horário de pico. Mas mesmo assim gastei um pouco da minha paciência acumulada. Estávamos em três na fila (mais de um já é fila para qualquer cliente) e para nossa surpresa, ninguém vinha nos atender. Ao invés de esbravejar tirei o tempo e contei (pasmem) nove pseudo atendentes conversando entre si. Até que uma delas esparramou o bando e finalmente fomos atendidos. Gastei só um pouquinho do meu estoque, porque estava sem aquela pressa cardíaca.
Há também a fila virtual. Essa é ainda mais terrível fato que não temos a quem recorrer, com quem conversar para passar o tempo e tampouco demonstrar nossa insatisfação. Resta-nos bovinamente aceitar de bom grado as músicas mecânicas e os gerundismos das atendentes.
Aliás, basta ligarmos para um telemarketing para cancelar qualquer assinatura ou solicitar algum serviço que não seja o de comprar, que imediatamente somos empurrados para alguma fila de espera, onde sempre ‘todas as atendentes estão ocupadas’.
Mas inclusive para essa guerra sem lei há gestão a ser executada. Com um pouco de inteligência emocional, uma estratégia é o leitor não ir ao mesmo dia nesses locais todos, onde sabidamente enfrentará fila.
Já que sabemos de antemão que teremos problemas de celeridade nesses locais, mas mesmo assim são pontos obrigatórios, vamos enfrenta-los em doses homeopáticas e com estoque de paciência elevado.
Nunca deixar o estoque baixo e então decidir frequentar algum desses lugares, ou todos no mesmo dia, pois há risco iminente do seu estoque de paciência ficar muito baixo e ter um surto de descompostura.
Somado a isso, ainda é fundamental que tenhamos vários repositórios de paciência durante o dia. Principalmente em casa, mas também no trabalho. Devemos utilizá-los em profusão para ninguém entrar em colapso.

Boa semana de Gestão & Negócios.

(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É professor do IBG, workshopper e palestrante–[email protected]

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