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Um ano para saber lidar com o dinheiro

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Vivemos um ambiente de euforia. Contida é verdade, mas ainda de euforia. Pelo Brasil afora vemos sinais de que o país tem plenas condições de sonhar mais e melhor. Por outro lado, também há evidencias que nos alertam para não baixar a guarda, mantendo o estado de vigilância dentro de nossas casas e principalmente com o nosso dinheiro.
A fase do pleno emprego é algo que não imaginávamos há pouco tempo e hoje estamos na iminência de atingi-lo. Ainda temos a luta de que o emprego tenha melhor dignidade e melhor remuneração, mas é quase verdadeiro de que quem tem vontade encontra onde empregar o seu conhecimento ou seu esforço.
No entanto, não podemos nos esquecer de que o mundo está turbulento, de que, como país, ainda não somos robustos o suficiente para enfrentar as crises que espreitam no horizonte, mesmo porque ainda pairam muitas dúvidas sobre os seus desdobramentos.
Este é um ano peculiar por natureza. Temos eleições em pelo menos três países cujos resultados influenciarão decisivamente o cotidiano do cidadão brasileiro: as nossas eleições municipais, a eleição americana e por fim a eleição francesa, cujo resultado por sua vez, deve influenciar, em menor grau é verdade, as eleições alemãs, de 2013.
Logicamente, os reflexos serão distintos e há bolsões onde mesmo uma crise mais aguda tende a ser minimizada pela capacidade local de gerar riqueza ou pelo investimento estatal já consagrado e assegurado.
O Brasil deve gozar de alguns benefícios extras em função dos grandes eventos a que está se preparando (ou não) receber a partir deste ano até 2014, com a Copa do Mundo (em breve escrevo um ensaio sobre o perigo dessas pseudo maravilhas), mas não passará incólume como alguns fanáticos teimam em propalar.
De pronto temos três grandes desafios a enfrentar com óbvia relação umbilical: a desaceleração do crescimento econômico mundial, o aumento do salário mínimo e a elevação irresponsável da carga tributária. Não é necessário ser economista do FMI para constatar a diminuição do crescimento econômico mundial. Os prognósticos mais contidos sobre a nossa realidade dão como certos de que no máximo cresceremos na casa dos 4%.
No caso brasileiro ainda necessitamos consolidar a confiança do setor produtivo. Dito de outro modo, ao primeiro sinal de instabilidade ou dificuldade na política monetária ou fiscal, os empresários freiam seus investimentos o que no médio prazo dificulta as trocas comerciais e torna o mercado financeiro inseguro.
O aumento do salário mínimo vai justamente na contramão das necessidades de redução de custos públicos em épocas de instabilidade, por isso assimilar o seu aumento é um grande desafio. Os 13,6% de aumento devem assombrar as contas da previdência social, as folhas de pagamentos dos governos nas três esferas, além de vários conjuntos de desdobramentos.
Por fim, a carga tributária continuou a aumentar em 2011. Além do elevado percentual (mais de 35%) do PIB, a nossa estrutura de tributos é perniciosa não apenas pela sua carga elevada, mas principalmente por concentrar-se nos impostos indiretos, incidindo por sua vez sobre as classes média e baixa.
Este aspecto torna-se relevante justamente porque, lembrando aos menos atentos, o consumo interno foi a grande válvula de escape para a crise de 2008 e a continuar nesse ritmo, esta estratégia pode ter pouca opção de manobra prática se uma nova turbulência ocorrer.
Embora os cenários não sejam catastróficos, pelo contrário, como disse no início, são animadores, este ano vai requerer acima de tudo que o cidadão saiba cuidar do seu bolso e invista em aspectos que possam realmente fazer a diferença em momentos de dificuldade. Gastos supérfluos devem ser evitados.
Tem-se percebido que a austeridade financeira somada à qualificação profissional são fundamentais para as pessoas e empresas, configurando-se nos principais diferenciais competitivos. Mais do que nunca, é em momentos como estes que as oportunidades surgem e normalmente são aproveitadas apenas por aqueles que conscientemente possuem alguma estratégia.
Boa semana de Gestão & Negócios.

(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É Diretor de Relações com o Mercado do IBG, professor e palestrante – [email protected]

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