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, 22 maio 2024
 
 

Sem saber o que fazer

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Estamos no início de outubro e uma multidão de jovens está finalizando a sua preparação para ingressar na universidade. Através dela, pretende-se oportunizar um futuro mais adequado à vida profissional e também pessoal.
Na semana passada, porém, os estudantes de todo o país foram surpreendidos pelo anúncio de fraude na prova do ENEM e o respectivo adiamento, gerando o natural desgaste psicológico dos estudantes que se prepararam para realizá-la.
Há de se considerar ainda que já é bastante difícil escolher o pretenso curso quando se tem apenas 17 anos, soma-se a este aspecto a natural falta de boas escolas particulares e federais, o que adiciona dificuldade a esta tarefa.
No ano passado tive a oportunidade de ser convidado por uma escola para discutir com os adolescentes sobre as escolhas dessa hora tão importante para o seu futuro.
Na ocasião, percebi rapidamente que a principal angústia dos alunos que estavam terminando o ensino médio não era exatamente com o vestibular ou com a prova. Na verdade consistia na escolha a ser feita sobre qual curso buscar seleção.
O interessante é que esta mesma angústia perdura muitas vezes durante a própria faculdade. Tenho percebido muitos jovens, já fazendo um curso superior, com pouca certeza sobre o que escolheram como formação.
Um pouco dessa dificuldade em definir o que fazer está na distância que ainda separa o ensino superior brasileiro e as formações básicas e médias. Naturalmente, pouco tempo e dinheiro são empregados pelas escolas para permitir que os alunos tenham informações mais consistentes sobre as formações disponíveis.
A prática mais comum empreendida pelas escolas ou mesmo pelas universidades interessadas em prender os concluíntes do ensino médio tem sido as feiras das profissões. O resultado, contudo, tem sido muito pequeno. Primeiro pelo volume limitado de informações possíveis de serem repassadas numa feira desse nível. Segundo, que muitas profissões sequer possuem ainda desenvolvimento suficiente a ponto de serem expostas nestes locais.
As formações de um modo geral estão mudando muito e se adaptando ao ambiente o que está fazendo com freqüentemente sejam vendidas com características muito diferentes daquelas que de fato apresentam atualmente. Ou pior ainda, distantes daquelas que terão quando aquele pretenso estudante se tornar um profissional, 4 ou 5 anos depois.
De modo geral, estamos olhando para trás ao invés de olhar para frente. Tentamos mostrar para os adolescentes como as profissões são desempenhadas hoje, opostamente à necessidade que seria tentar mostrar o futuro dessa ou daquela profissão.
A situação mais comum é trazer profissionais de diferentes formações e estimular a interação com os alunos, mas a maioria delas possui um caráter bastante eclético, com muitas áreas, mesmo a partir da graduação, permitindo visões enviesadas da realidade, o que poderá atrapalhar ainda mais a escolha.
Um agravante adicional é em relação às aptidões com as quais as crianças nascem. Perdemos muitas habilidades ao longo do desenvolvimento e que na maioria das vezes nunca mais é recuperada.
Por isso, é fundamental que os pais e as escolas coloquem os seus filhos e alunos em contato o mais cedo possível com as diferentes profissões. Isso permitirá que tenham mais maturidade e também um leque mais amplo de opções de conhecimento. A ignorância por um determinado curso faz com que seja escolhido outro, muitas vezes apenas pelo status que goza naquele momento.
A sugestão sempre parece simples, mas na prática não é. Se servir de consolo, a minha formação universitária foi fundamental na formação pessoal e na minha capacidade de interpretar os ambientes, mas tem um peso apenas complementar no meu conhecimento técnico que exerço hoje. O restante fui buscar posteriormente, com a base já consolidada.
Boa semana de Gestão & Negócios.
Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É Mestre em Agronegócios, Diretor de Relações com o Mercado do IBG – Instituto Business Group, Consultor, Workshopper Empresarial, palestrante e professor de pós-graduação – [email protected]

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