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Rondonópolis
, 15 maio 2024
 
 

Gino Rondon lembra do rádio e da cidade com saudosismo e confiança

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“Agora, estou mudando alguns hábitos. Foi bom que estou dando uma repaginada na minha vida e estou até escrevendo um livro sobre isso”, disse Gino, que tem dedicado mais tempo à família
“Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, Gino Rondon é sobrinho-neto do patrono das comunicações, o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, de quem herdou o sobrenome Rondon”
Na foto, Gino Rondon (segundo, em pé, da direita para a esquerda) aparece ao lado de outros grandes nomes da comunicação local, em partida de futebol no antigo Luthero Lopes

O comunicador e consultor empresarial Vergínio Aleixo Rondon Gomes da Silva, popularmente conhecido como Gino Rondon, hoje com 63 anos, um dos mais populares e carismáticos comunicadores que a cidade já conheceu, chegou em Rondonópolis como funcionário do Banco do Brasil, em 1981, e aqui morou por quase trinta anos, para depois passar por Cuiabá e Primavera do Leste, antes de se mudar para Campo Grande, para onde foi a trabalho, para ajudar na campanha eleitoral do agora governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e acabou ficando por lá, onde já moravam suas filhas.
Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, Gino Rondon é sobrinho-neto do patrono das comunicações, o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, de quem herdou o sobrenome Rondon, considerado por muitos como ‘nome artístico’. Ele começou na comunicação em Corumbá (MS), sua cidade natal, como locutor noticiarista de rádio. Já em Rondonópolis, sua primeira incursão na comunicação foi na Rádio Clube, que na época ainda operava em Ondas Tropicais (OT), que tinha um bom alcance, mas não pegava na cidade. Somente alguns anos depois a rádio se tornaria Amplitude Modulada (AM), o que a popularizaria e a tornaria uma gigante da comunicação na cidade.
Dessa época, ele se lembra que a audiência era massiva e que a equipe de locutores da rádio era composta de grandes nomes da comunicação. “Começava de manhã com o saudoso Noel Paulino, vinha o Clóvis Roberto (também já falecido), depois vinha Durley Montalvão. Tínhamos o Anselmo Calábria, que faleceu recentemente em Cuiabá. Tínhamos na época o programa do Padre Zezinho às 18 horas, com a Hora da Ave-Maria. Eu apresentava o jornalismo e tinha um programa de noite, antes do programa do Victor Hugo, que fechava a programação. A audiência era muito grande, absurda…”, lembra.
No embalo do sucesso que alcançou, Gino Rondon começou nessa época um programa ao vivo do antigo restaurante Grand Prix, que ficava na Avenida Presidente Médici, que ia ao ar nas noites de sexta-feira e que também se tornaria um grande sucesso. “Esse era um programa que fez muito sucesso. As pessoas começavam a ouvir o programa na rádio e iam para o restaurante, que ficava completamente lotado. Lá era tudo no improviso… havia música ao vivo e muita interatividade com o público, mas não era nada acertado antes. Eu não ganhava nada do restaurante no começo. Só fui ganhar alguma coisa quando fui convidado a apresentar o programa em outro restaurante, o Seringueiras, que ficava no centro da cidade”, rememora.
Sem ser saudosista, ele se lembra que o rádio tinha um poder e uma influência muito maior do que tem hoje em dia, mas ele prevê que o veículo de comunicação ainda tem muito futuro. “Quando surgiu a televisão, disseram que isso ia acabar com cinema, que isso ia acabar com o rádio. Com o jornal, revista é a mesma coisa. Não acaba, por que a mídia tradicional depende do talento, inovação, criatividade. Há jornais escritos que fecharam e agora estão voltando, por que as pessoas sentem falta. Na época, o rádio era o imediatismo, como a televisão é hoje em dia. As épocas mudam, mas o que é bom permanece, porque as pessoas querem que permaneça”, opinou.
Em Rondonópolis, ele apresentou por 27 anos o programa Pagode Tropical, que se transformou no programa Gino Rondon, que até hoje os fãs cobram o retorno. “Eu tive que ir embora daqui por vários fatores, de trabalho, familiares, mas nós deixamos muitos, mas muito amigos mesmo por aqui, tanto é que a maior demanda que eu tenho de palestras é para cá até hoje. E quando estou aqui, as pessoas me cobram muito que eu volte com o programa, que eu cheguei a apresentar ainda por dois anos depois de me mudar para Campo Grande (pela FM 105). Eu tenho uma saudade e uma vontade de voltar com ele muito grande, mas na atual fase da minha vida isso seria muito difícil. Mas é uma satisfação saber que marcamos a vida das pessoas de uma forma positiva, que faz com que elas tenham saudade. Isso é o que a gente procura quando faz esse tipo de trabalho”, disse.
Há pouco mais de um ano, Gino Rondon teve problemas de saúde, primeiramente num dos joelhos, que precisou ser operado, quando os médicos descobriram algumas veias quase completamente obstruidas, que resultaram em problemas na visão. A consequência é que esteve afastado do trabalho por cerca de um ano, o que o fez repensar a vida boêmia que levava. “A gente ficava em casa, com os amigos, mas comia muito, bebia, não era muito de sair, de se expor, mas estávamos sempre em festa. Agora, estou mudando alguns hábitos. Foi bom que estou dando uma repaginada na minha vida e estou até escrevendo um livro sobre isso. Eu mudei e ainda estou mudando. Eu tinha uma vida louca, era muito trabalho. Agora estou repensando isso tudo e aproveitando mais o tempo para curtir os netos e a família”, afirmou.
Sobre a cidade que adotou e onde morou por muitos anos, ele diz que desde que chegou aqui se apaixonou por Rondonópolis. “Ela foi muito receptiva comigo e com a Edna (esposa, jornalista e colunista social), era muita festa, em pouco tempo aqui a gente já estava completamente ambientado. Como quando eu cheguei aqui já era membro do Rotary e da Maçonaria, isso ajudou muito nesse momento e logo vivíamos cercados de amigos para todos os lugares aonde a gente ia”, contou.
Da cidade que conheceu em outros tempos, Gino diz sentir saudades principalmente da tranquilidade de outrora. “O melhor daqui era a tranquilidade, a segurança, a gente ficava a vontade em todo lugar da cidade em qualquer hora. Não tinha essa violência toda. Hoje, a gente não pode nem sentar na frente da casa para conversar. Eu fico muito triste com isso… é o preço que se paga pelo progresso. Mas Campo Grande tem mais de um milhão de habitantes e não tem essa violência toda. O que eu mais sinto falta hoje em dia é essa tranquilidade”, ponderou.
Da cidade atual, ele diz gostar da facilidade de acesso a bens e serviços permitida pelo progresso. “Com o tempo, veio o progresso, as facilidades, as grande empresas e, apesar dos pesares da política, a cidade cresceu e melhorou em muitos aspectos”, declarou.
Sobre o futuro, Gino Rondon se diz confiante na melhora das condições de vida na cidade, mas não deixa de criticar a administração do prefeito Zé Carlos do Pátio (SD). “A cidade cresceu muito com a chegada de grandes empresas, que eram atraídas para cá pelos vários prefeitos que passaram pela prefeitura. Agora, a gente não sente isso na atual gestão, essa disposição de atrari empresas para a cidade. Eu vejo que ele está repetindo erros cometidos na sua primeira gestão. Mas eu acredito que vai ser melhor, aqui é um ponto estratégico. Isso ajuda a alavancar o futuro, nós temos boas faculdades, a cidade está melhor estruturada com a chegada da Ferrovia. Tem tudo para bombar, falta apenas ter uma gestão que pense dessa forma. Falta planejamento, pois infelizmente todo prefeito que entra abandona o planejmento anterior, para não dar méritos para o seu antecessor e com isso quem perde somos todos nós”, concluiu.

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