Após dois dias de trabalho na reserva indígena Tadarimana, o Corpo de Bombeiros de Rondonópolis informou que o fogo foi controlado, e o monitoramento da área para evitar novos focos é realizado a partir de agora pelos próprios indígenas.
Foram dois dias de trabalho na reserva para controlar as chamas, sendo terça-feira (29) e anteontem (30). Já ontem (31), os militares não se deslocaram para a região, já que os próprios moradores do local estavam conseguindo controlar a situação. O tamanho da área atingida não foi informado.
A fumaça provocada pela queimada pode ser vista de Rondonópolis, e chegou a incomodar bastante os moradores de bairros como o Jardim Atlântico e Residencial Altamirando.
No início da tarde de ontem, novos focos de fogo deixaram a situação ainda mais difícil, e a cortina de fumaça ganhou maiores proporções.
Os indígenas já passaram por capacitações para agir nesse tipo de situação e possuem condições para atuar no combate, inclusive com a técnica do “contra fogo”, que segundo as informações precisou ser utilizada na tarde de ontem.
Nesta modalidade, o próprio fogo é usado de forma controlada para tentar minar os focos de incêndio. Apesar de controlado, as atenções do Corpo de Bombeiros e das secretarias de Meio Ambiente do Estado e Municipal, continuam em alerta.
Os incêndios na Aldeia Tadarimana têm sido algo recorrente. No ano passado, a reserva passou pelo período de estiagem sem maiores problemas. Já em 2015, a reserva teve vários registros de incêndios, que começaram em uma estrada de chão que passa às margens da aldeia.
Além da destruição da área indígena e dos riscos aos moradores, o fogo também provoca muita fumaça, o que acaba afetando a cidade de Rondonópolis, por isso a grande preocupação das autoridades.
A respiração se torna difícil e o coração começa a acelerar. Buscamos mais ar e não encontramos.
Em época de seca normalmente os incêndios são provocados por pessoas irresponsáveis. São pessoas que se sentem no auge ao por fogo num matagal, na floresta ou num monte de lixo. Aí toda a população sofre com a fumaça, igual nas duas últimas noites. No Bairro Colina Verde, por exemplo, a fumaça tomou conta a ponto de os olhos arderem e a garganta ficar seca.
A fumaça faz mal para o branco que mora na cidade,imagina para nós Boróros que moramos na Aldeia.
Quem escreveu esse comentário foi dois alunos da Escola Estadual do Campo ‘7 de Setembro” que está em processo de alfabetização com a professora Aparecida Donizete Cardoso Tavares.
Pedimos as autoridades competentes que continuem prestando os seus serviços a essa comunidade indígena,porque as crianças estão todas tossindo e muito gripadas por conta dessa fumaça.