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O inimigo escondido nas redes sociais. O que os pais devem fazer?

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Vários exemplos divulgados pela mídia mostram que ficou fácil para os pedófilos atrair as crianças pelas redes sociais
Vários exemplos divulgados pela mídia mostram que ficou fácil para os pedófilos atrair as crianças pelas redes sociais

Nem sempre dentro de casa, longe das ruas e perto dos olhos dos pais, protegidos por muros, grades e portões eletrônicos, crianças, pré-adolescentes e adolescentes estão livres da ação de criminosos das mais diversas espécies. Com o advento da internet e com ela as suas redes sociais, tudo quanto é tipo de facínora, dentre eles traficantes, sequestradores, golpistas e principalmente pedófilos têm acesso livre dentro de qualquer residência.
Vários exemplos divulgados pela imprensa mostram que ficou fácil para os pedófilos atrair as crianças pelas redes sociais. Um caso recente ocorreu na véspera do feriado de Corpus Christi, em Várzea Grande. Um universitário de 27 anos, suspeito de aliciar duas meninas de 11 anos em conversas pelo Facebook, foi preso em flagrante em um shopping daquela cidade. Ele foi capturado depois que a mãe de uma delas se passou pela filha e marcou o encontro no estabelecimento. O suspeito foi detido com um urso de pelúcia e levado para prestar depoimento em uma delegacia.
A mãe da criança leu o conteúdo das conversas entre o suspeito e a filha. Para que ele fosse flagrado, ela continuou a conversa com o estudante de direito como se fosse a menina. À polícia, a mãe relatou que o homem pedia fotos das meninas usando roupas íntimas. Além disso, nas mensagens, o homem disse que iria “ensiná-las coisas diferentes” e que tiraria a timidez das duas meninas.
Se passando pela filha, a mãe marcou o encontro no shopping. No local, os seguranças e os familiares detiveram o homem até a chegada da polícia. De acordo com a Polícia Militar, o homem estava com um urso de pelúcia, que seria dado para as meninas.
Ele foi levado para a Central de Flagrantes e, segundo a Polícia Civil, foi autuado por aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança com fim de com ela praticar ato libidinoso, crime previsto no Artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Em uma rede social, o universitário postou o print de uma conversa com outra menina, que pela conversa teria 12 anos. Na mensagem, ele ele diz que ela não é mais criança e a chama de “putinha de uma figa”.


O QUE FAZER?

“É preciso estabelecer limites”, alerta psicóloga

Deivid Rodrigues
Da Reportagem

No episódio das meninas de Várzea Grande, a mãe estava atenta e vinha monitorando o relacionamento das crianças nas redes sociais. Graças a isso, evitou que um mal maior pudesse ter ocorrido. Mas nem sempre isso acontece.
O que fazer, então,  para livrar crianças e adolescentes dessas armadilhas do mundo virtual? É a pergunta que muitos pais estão fazendo diante desse mundo novo que a internet trouxe para dentro das residências, para o seio da família.
Procurada pela reportagem, a psicóloga Camila Fernanda Montanher repassou que as medidas a serem tomadas vão além de proibir que as crianças acessem esses conteúdos. Também está relacionado, segundo ela, ao fato dos pais estarem mais presentes na vida dos seus filhos.
A psicóloga explica que crianças entre 10 e 13 anos estão mais suscetíveis de serem vítimas de pedofilia, por exemplo. Justificou que, nesta faixa etária, ocorre o processo de maturação intelectual, emocional e afetiva. Com isso, a criança ainda não consegue estabelecer limites como um adolescente de 14 ou 15 anos e também não compreende o que é a sexualidade.
Por conta disso, a psicóloga aconselha que é importante que os pais se mantenham perto dos filhos. Uma das sugestões citadas por Camila e que, segundo ela, deveria ser regra dentro das casas, seria para que as crianças tivessem horários específicos para terem contato com a internet. “Sempre direcionada a escola, se for necessário. Se existe alguma tarefa que precise usar a internet, colocar horários estabelecidos sendo acompanhados pelos pais”, reforçou.
A psicóloga reitera que os pais devem se manter em vigilância e ainda acompanhar com quem seus filhos estão trocando mensagens. Camila enfatizou, inclusive, que é necessário impor limites para os filhos, não só no que diz respeito a internet, como para tudo.
“As crianças precisam de limites, porque elas não sabem o que é certo e o que é errado. Elas precisam ser orientadas. E os pais estão se esquecendo dessa necessidade. E elas (as crianças) estão se perdendo”, alertou a profissional.
“É preciso impor limites e quando elas (as crianças) precisarem ter realmente acesso, os pais precisam estar monitorando essas crianças nas redes sociais e na internet. Ela (a criança) não pode se trancar num quarto e navegar na internet, porque é complicado saber o que pode acontecer”, reiterou.
EDUCAÇÃO DELEGADA A TERCEIROS
De acordo com a psicóloga, atualmente os pais têm delegado a função de educar os seus filhos a terceiros, como babás ou a partir das creches e escolas. Conforme Camila, o problema dessa mudança de comportamento reside no fato que essas pessoas podem até gostar dos filhos, mas elas não têm o mesmo comprometimento de educá-los e dizer o que é certo e o que é errado.
A psicóloga lembrou que, antigamente, as mães, por exemplo, trabalhavam meio período ou optavam por não exercer uma atividade profissional para cuidar dos filhos e isso trazia mais segurança a eles. Dessa forma, as crianças cresciam mais saudáveis emocionalmente.  “Os pais precisam estar mais presentes na vida dos filhos. Dar prioridade para aquilo que é mais importante. Às vezes a mulher fala, por exemplo: ‘Eu preciso conquistar a minha carreira, não posso perder tempo’. Devemos perceber que a maior herança será ver os nossos filhos bem criados, nossos filhos felizes. Porque não adianta nada eu conquistar uma carreira incrível e ter filhos depressivos, ter filhos que não conseguiram ter sucesso pessoal, profissional, espiritual, seja lá o que for. Mas não conseguiram crescer como pessoas”, finalizou a psicóloga.

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