Desde o incidente registrado com a aeronave ATR da companhia aérea Passaredo na última sexta-feira (8), no Aeroporto Municipal Maestro Marinho Franco, em Rondonópolis, vem surgindo na sociedade rondonopolitana movimentos para buscar soluções para o aeroporto Municipal, principalmente no que se refere a segurança para pousos e decolagens. Uma reunião deve acontecer hoje (13) na cidade, com a presença de algumas entidades, para definir estratégias, cobranças e sugestões que serão feitas a administração do local e também a gestão do município.
Entre esses grupos que se articulam está um composto por mulheres de Rondonópolis, que se intitula como Grupo em Prol da Sociedade Rondonopolitana, e que vem atuando já há um bom tempo, inclusive com reuniões com vereadores e até mesmo o prefeito da cidade, em busca de tornar o Aeroporto Municipal um local correspondente ao que moradores e visitantes merecem e esperam. A preocupação dos grupos que se reunirão hoje é com possíveis deficiências do local e com a demora na instalação do Papi e Rnav, sistemas que podem garantir maior precisão e segurança para pousos e decolagens.
“Nós temos visto muitas reclamações, até mesmo de pilotos, que não conseguem descer em Rondonópolis quando está chovendo. Isso causa grandes transtornos para os passageiros, que muitas vezes precisam descer em Cuiabá. Eu já passei por isso, já passei medo e vivenciei situações estranhas na aterrisagem”, contou o rotariano Ivaldi Nascimento, que também faz parte do grupo de pessoas que deve participar da reunião. Ele classifica o movimento não como um grupo de acusação, que busca culpados, mas sim como pessoas da sociedade de Rondonópolis preocupados com a segurança do local e que esperam colaborar e buscar saídas para o problema. “Por enquanto são acidentes pequenos, temos que evitar que grandes aconteçam”, finalizou.
Especialista explica importância do Rnav e Papi
Um especialista do setor de aviação enviou algumas explicações sobre o funcionamento do Rnav e do Papi para o Grupo em Prol da Sociedade Rondonopolitana, para embasar as discussões e as sugestões que devem ser definidas na reunião. Em trecho das informações, o especialista cita que “a implantação de um procedimento Rnav e do auxílio de rampa de aproximação Papi ou Vasis teria evitado 99,9% da probabilidade de ocorrência do tipo que foi registrada na última sexta-feira no Marinho Franco, ou de acidentes ainda mais graves”.
O profissional continua dizendo que “o instrumento Papi e/ou Vasis, são um grande auxilio para nós, pilotos, durante a aproximação com baixa visibilidade/teto, onde o aeródromo (aeroporto) ainda esteja em condições meteorológicas “abertas” ou durante aproximações em áreas de baixa luminosidade e de dificuldade do cálculo de profundidade (razão de descida versus razão de deslocamento), a qual chamamos de buraco negro, o que ocorre tanto na pista sul (20) como na pista norte (02) em Rondonópolis”.
“O Rnav é um procedimento de aproximação por instrumentos que utiliza as marcações de sinal GPS ou GNSS (como é chamado agora o GPS no meio aeronáutico), da constelação de satélites presentes no momento em conjunto com os equipamentos a bordo das aeronaves. Tem como benefícios a aproximação mais alinhada com o eixo da pista, bem como a possibilidade de descida, em segurança, a uma altitude menor, a fim de ter contato visual com a pista e com o Papi ou Vasis da pista em uso”.
“Já o Papi (Precision Approach Path Indicator) é uma rampa visual de descida formada por instrumentos que emitem feixes de luzes (brancas e vermelhas) que indicam se a aeronave está na rampa correta de aproximação (dentro de gabarito e das margens de segurança). A indicação é feita através de 4 luzes (4 brancas = muito alto; 2 brancas e 2 vermelhas = na rampa ideal; 4 vermelhas = muito baixo) indicando o quão fora da rampa está o piloto. O Vasis é um sistema muito similar ao Papi, só não dá a noção do quanto o piloto está fora da rampa, uma vez que o Papi indica”, diz a explicação.
A implantação dos aparelhos em Rondonópolis foi prometida pela administração municipal, estando agora em análise de orçamento.
A parte mais tensa é:
“…estando agora em análise de orçamento.”