A recente onda de protestos organizados por caminhoneiros em todo o Brasil chegou nesta terça-feira (10/11) ao estado de Mato Grosso, através de bloqueios de rodovia na região nordeste do Estado. As interdições surgiram na BR-158 nos municípios de Confresa e Vila Rica. Um princípio de protesto chegou a ser registrado na noite de ontem no “Trevão”, em Rondonópolis, mas não teve fôlego para prosseguir.
O bloqueio “relâmpago” dos caminhoneiros em Rondonópolis foi deflagrado no entroncamento das BRs 364 e 163, atingindo uma das pistas. A interdição era parcial e atingia somente veículos de carga. A Rota do Oeste, concessionária da estrada, informou que o protesto começou às 20h21 da noite de ontem, de forma pacífica, e antes mesmo das 22h já estava desmobilizado.
No município de Vila Rica, o caminhoneiro autônomo Calixto Silva informou ao Jornal A TRIBUNA que a interdição da BR-158 tinha iniciado às 5h da manhã de ontem, com interrupção do tráfego apenas de caminhões. Os demais veículos trafegavam normalmente. Ele repassou que cerca de 100 caminhoneiros autônomos atuavam no movimento.
Conforme Calixto, a principal reclamação dos manifestantes em Vila Rica é quanto ao alto valor do diesel e baixo valor do frete. “Essa conta não bate. A situação nossa está tão difícil que a adesão é voluntária”, externou, informando que a manifestação não tinha hora para terminar.
Em Confresa, Carpegiani Mendes, repórter da Rádio Confresa FM, informou ao Jornal A TRIBUNA que os caminhoneiros autônomos bloquearam a BR-158 a 2 quilômetros do perímetro urbano e em trecho da MT-430, que faz a ligação com São José do Xingu. Na cidade, ele explicou que o movimento começou no final da noite de anteontem, pedindo a redução do valor do óleo diesel e a saída da presidente da República.
Apesar de acontecer em uma rodovia federal, no caso a BR-158 em Mato Grosso, a Polícia Rodoviária Federal no Estado não informava, até o fim da tarde de ontem, nenhum ponto de bloqueio por parte dos caminheiros. A informação é que o posto mais próximo da PRF fica distante dessas duas cidades.
RIGIDEZ – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou ontem que os agentes da Polícia Rodoviária Federal liberem as rodovias interditadas por caminhoneiros que fazem paralisações no Brasil afora. O ministro também anunciou que serão aplicadas multas aos manifestantes que fecharem as estradas. Segundo informado, as multas são altas, de mais de R$ 1,9 mil, para que sejam aplicadas de pronto.
Conforme o ministro, o movimento iniciado anteontem é político e não apresentou uma pauta de reivindicações para ser negociada com o governo. “Não podemos admitir que um movimento político, sem nenhum viés de reivindicação para a categoria dos caminhoneiros, possa trazer prejuízo à sociedade brasileira, possa trazer, apesar de sua baixa intensidade, qualquer consequência e dano para quem quer que seja. Portanto, atuaremos com vigor para evitar que estradas possam ter obstado seu livre trânsito”, afirmou.
De acordo com o último boletim, os caminhoneiros faziam 27 interdições em oito estados: Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.
