As deficiências na prevenção contra incêndios nas empresas são um grave problema em Rondonópolis. O alerta é dado pelo engenheiro de segurança do trabalho Cláudio Hessel, que aponta a existência de muitas empresas sem projeto de combate a incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros; de empresas com o devido projeto, mas sem a sua execução; e de estabelecimentos nos quais os funcionários não recebem os treinamentos necessários para usar os equipamentos preventivos, para o combate inicial do fogo. Se não bastasse essa situação, há reclamações da demora na análise/liberação dos projetos de combate a incêndio e pânico por parte do Corpo de Bombeiros na cidade. O registro de um incêndio de grande proporção em um dos maiores supermercados da cidade nesta semana reacendeu a preocupação com as medidas preventivas.
Desde o ano passado, conforme noticiado pelo Jornal A TRIBUNA, a Associação Rondonopolitana de Engenheiros (AREA) e o Conselho de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) vem cobrando mais rapidez na análise dos projetos de combate a incêndio e pânico por parte do Corpo de Bombeiros na cidade, o que tem prejudicado empresas e gerado insegurança para a população. Apesar da vontade de muitos empresários e profissionais em regularizar a situação, há a reclamação da falta de estrutura para análise dos projetos no Corpo de Bombeiros. Há casos de projetos, por exemplo, com cerca de dois anos na espera da aprovação geral junto ao Corpo de Bombeiros. A situação precisa ser levada ao conhecimento das autoridades políticas da região, a fim de que garantam as condições necessárias de trabalho aos Bombeiros.
Agora Cláudio Hessel reforça a necessidade de uma cultura de prevenção em Rondonópolis. O profissional enfatiza que as empresas precisam ter os preventivos descritos no projeto de combate a incêndio e pânico, como os extintores de incêndio, os hidrantes, as placas de sinalização e, em alguns casos, os detectores de fumaça, conforme preceitua a NBR 276. Apesar da deficiência de muitas empresas, ele destaca que sua grande preocupação é diante da falta de fiscalização por parte dos órgãos públicos. “A Prefeitura tem de ser rígida na fiscalização e não permitir a liberação do alvará de funcionamento e localização sem a aprovação do projeto por parte do Corpo de Bombeiros”, analisa. Contudo, o Corpo de Bombeiros alega falta de estrutura, com o reduzido número de analistas, para promover as análises no tempo adequado.
O quadro de deficiências visualizado em empresas, Prefeitura e Corpo de Bombeiros pode resultar em uma grande tragédia em Rondonópolis. O engenheiro de segurança do trabalho ressalta ainda que, praticamente, todas as empresas deveriam ter em seu quadro pessoas treinadas (brigadistas) para atuar no combate a incêndio no início. Ele diz que todo foco de incêndio começa pequeno e, nesse momento, os funcionários treinados, muitas vezes, teriam condições de atuar com os preventivos existentes na estrutura da empresa. No entanto, observa que isso não tem feito parte da realidade local, em grande parte. Além disso, alerta que muitas empresas têm os preventivos, mas não fazem uma vistoria regular (anual) quanto ao funcionamento e validade dos mesmos.
Dessa forma, Cláudio Hessel destaca que as empresas precisam se conscientizar em fazer a sua parte, bem como Prefeitura e Corpo de Bombeiros a parte deles.
