Apesar do conserto e reativação das câmeras de segurança em vias públicas, as limitações e a falta de estrutura têm comprometido os resultados decorrentes do sistema de videomonitoramento público em Rondonópolis. O trabalho de monitoramento das imagens do sistema foi retomado há cerca de seis meses, mas até agora a população tem visto pouca utilidade ou resultados imperceptíveis da tecnologia em prol da segurança pública.
O tenente-coronel Francenildo Pereira Barbosa, coordenador do Centro de Controle, Comunicação e Inteligência (C3i), local onde o trabalho de videomonitoramento é feito, argumentou ao Jornal A TRIBUNA que os resultados ainda não são grandes como se esperam devido às várias limitações do sistema. Uma delas, segundo ele, é que uma cidade do tamanho de Rondonópolis deveria contar com no mínimo 45 câmeras de segurança espalhadas por pontos estratégicos, mas hoje existe apenas uma média de 15 câmeras em funcionamento.
Outro problema do sistema em Rondonópolis é a falta de profissionais exclusivos para o serviço de videomonitoramento das imagens captadas nas ruas. Atualmente o tenente-coronel Francenildo explica que a atividade principal dos policiais que atuam no C3i é a de rádio-operador, não sendo de acompanhamento das imagens. “Não tem como o profissional fazer duas funções ao mesmo tempo”, ressalta. Além disso, há falta de profissionais em número adequado para o monitoramento das imagens. Hoje são apenas seis policiais que atuam no monitoramento das imagens ao longo das 24h, sendo dois por turno, com o auxílio de 02 agentes municipais de trânsito (os amarelinhos) na parte diurna.
Conforme o tenente-coronel Francenildo, o ideal seria que o serviço de videomonitoramento contasse com 22 profissionais, sendo 04 por turno. Ele destaca que esses profissionais deveriam ficar exclusivamente com essa tarefa e não se dividirem em meio a outras tarefas. O tenente-coronel informa que já existe uma licitação aprovada para contratação desses profissionais, mas não sabe explicar porque não foi realizada. A expectativa é que essas contratações ocorram apenas no próximo governo estadual, que se inicia a partir de janeiro de 2015. Com estrutura adequada e maior, poderia haver uma comunicação mais eficiente entre os monitores das imagens e os policiais nas ruas e nas viaturas, com intervenções em tempo real.
Mesmo com o funcionamento do sistema de forma precária, o tenente-coronel Francenildo destaca que alguns resultados positivos podem ser observados. Nos locais com câmeras de segurança, observa que os casos de delinquências costumam apresentar redução, como roubos a pessoas. Em casos de acidentes de trânsito, o sistema também tem auxiliado, através do fornecimento de imagens. Caso o acidente tenha sido registrado por alguma das câmeras, explica que os interessados podem solicitar ao delegado que requeira as imagens para composição do inquérito. Se a estrutura fosse adequada na cidade, atesta que os resultados do sistema em prol da segurança seriam maiores.
O serviço de monitoramento das imagens das câmeras de segurança é feito na sede do C3i, localizada na Avenida Marechal Dutra, antigo prédio da Delegacia da Mulher.
