Os participantes se concentraram para o manifesto na Praça Brasil e saíram para as ruas depois das 17h20. Com faixas, cartazes e bandeiras da República, eles caminharam bradando palavras de ordem e frases de patriotismo, como “Vem para Rua!” e “Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor…”. A manifestação percorreu, inicialmente, a Avenida Amazonas e depois a Rua Rio Branco, chegando em frente a Prefeitura. A Polícia Militar e os agentes municipais de trânsito deram apoio ao movimento, controlando o trânsito nas vias previstas no trajeto.
Em frente à Prefeitura, os manifestantes pararam, cantaram trechos do Hino Nacional e bradaram novas palavras de ordem. Eles encontraram a Prefeitura fechada e exigiam a presença do prefeito Percival Muniz. Um espaço para falas foi aberto, mas a falta de estrutura de som atrapalhou um pouco o intento. Um dos integrantes do movimento conseguiu falar com o prefeito por telefone, que estava em Cuiabá, o qual se comprometeu em receber uma comissão de representantes para discutir as reivindicações levantadas pelos jovens.
A manifestação continuou percorrendo a Rua Dom Pedro II, a Avenida Frei Servácio, a Rua Otávio Pitaluga e reservou outra parada diante da Câmara Municipal. Lá, muitos dos manifestantes fixaram os cartazes que levavam na porta do Legislativo Municipal, formando um grande mural de reivindicações. Ao longo do percurso, o movimento foi se esvaziando. Eles ainda percorreram a Rua Fernando Corrêa e terminaram no ponto de partida, na Praça Brasil, sempre no sentido das vias.
A manifestação em Rondonópolis transcorreu de forma pacífica, sem ações de vandalismo.
Veja o que motivou a participação de alguns manifestantes:
Estou participando em face da luta pela melhoria da educação. Estou protestando mais pela situação de Mato Grosso, onde existe a Escola Ciclada, que interfere na qualidade do ensino, com o aluno sendo prejudicado, pois ele só marca presença na escola e não é cobrado…
Tainara Francisco de Souza, 20 anos, secretária.
Sou contra a corrupção, porque faz muito tempo que existe e agora o Brasil abriu os olhos. A população é muito prejudicada com isso, principalmente as que tem um poder aquisitivo menor.
Estou aqui porque a gente tem que se manifestar, para conseguir melhorar o Brasil e melhorar o segmento de Enfermagem, em prol da lei que prevê carga horária de 30 horas por semana para os profissionais da área. O projeto já foi aprovado e agora falta a Dilma sancionar.
Vanda Freitas, 40 anos, servidora pública municipal
Acredito que é possível mudar o Brasil desde que nós possamos ir para as ruas e busquemos essas mudanças. É preciso que a população busque mudar, é preciso que clamemos por transformações. O Brasil tem hoje muito mais corrupção do que na era Collor… Essa mobilização é de extrema necessidade… Somos mais que o Congresso e que a presidência da República!
Manifestantes fizeram várias cobranças em novo protesto
Novamente os rondonopolitanos levaram para as ruas as mais diversas cobranças e reclamações, através da participação no protesto popular realizado nesta quarta-feira (26/06). Apesar de menor que o primeiro ato popular da atual temporada (20/06), os participantes não se intimidaram e fizeram fazer valer o seu direito de manifestar.
Os temas que sobressaíram nesta quarta-feira foram reclamações contra a corrupção na política, contra os gastos com a Copa do Mundo, contra o Ato Médico, contra o projeto chamado de “Cura Gay”, contra a PEC 33, que impõe limites ao poder do Supremo Tribunal Federal, entre outros. Por outro lado, chamaram a atenção pedidos por mais educação, saúde, segurança, justiça, entre outros.
Um dos grupos participantes distribuiu panfletos em prol da causa chamada “O salário é nosso”. A intenção é promover a revogação imediata dos últimos dois aumentos salariais de todos os parlamentares e chefes de governo do Brasil, começando por Rondonópolis, além da definição de teto salarial claro para agentes dos três poderes existentes no Brasil.
Vários outros temas foram levados pelos participantes, a exemplo da indignação contra a terceirização das estradas, a importação de médicos para o Brasil, a violência na cidade, a situação da telefonia nacional, a imprensa brasileira, além de algumas causas inusitadas.
Cartazes com pedidos mais locais, como a instalação de aterro sanitário no município, iluminação no distrito industrial e a reforma na Escola Adolfo Augusto de Moraes, também puderam ser vistos.
Para a reunião a ser realizada com o prefeito (veja na página A*8), uma das pautas visadas é a melhoria e ampliação do transporte coletivo e o passe-livre sem restrições.