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Rondonópolis
, 15 maio 2024
 
 

Regional avança, mas desafio é grande

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Atendimento e estrutura no Hospital Regional melhoraram, mas nova gestão ainda tem longo caminho a percorrer

–> LIBERADO –> Um ano atrás o Hospital Regional de Rondonópolis vivia uma situação de caos. Sem médicos o suficiente para atender toda a demanda, a espera de pacientes na fila por cirurgias chegava há mais de um ano. A falta de equipamentos e medicamentos complicava a situação. Passados oito meses desde o começo da gestão da Organização Social de Saúde (OSS), a unidade vive hoje uma situação totalmente diferente daquela. As reclamações contra o Hospital Regional diminuíram após os avanços verificados em vários setores. A nova gestão vem sendo apontada como positiva, mas ainda tem um longo caminho a percorrer diante do sucateamento que a saúde pública enfrentava e do crescimento da região polarizada por Rondonópolis, com cerca de 500 mil habitantes em 19 municípios e acentuado número de acidentes de trânsito.
Após a Sociedade Beneficente São Camilo assumir o Hospital Regional, uma das preocupações iniciais foi trazer de volta os médicos ortopedistas que haviam pedido demissão, gerando a demanda reprimida na época. A direção da nova gestora do Hospital Regional aceitou receber a equipe do Jornal A TRIBUNA na semana passada, para mostrar a nova realidade da unidade. O diretor técnico Nélio Nunes Cabette explica que, antes mesmo da posse, a Organização Social chamou os médicos e mostrou o projeto de trabalho para a unidade, conseguindo recompor o corpo clínico. Uma das ações prioriotárias, nesse sentido, passou a ser a execução das cirurgias ortopédicas no hospital, esgotando a lista de espera.
Para a melhoria da realidade, a direção aponta que também foi necessário suprir a falta de profissionais em todas as especialidades. O diretor de apoio Geovani Freitas pontua que houve a readequação de valores de remuneração em praticamente todas as áreas. Outra ação foi melhorar as condições de trabalho dos profissionais com a aquisição de equipamentos, materiais e melhoria da estrutura. A direção informa que, em 18 dias, foram realizadas 63 cirurgias da demanda reprimida de cirurgias ortopédicas que havia. Entre agosto de 2011 e fevereiro deste ano, o Hospital Regional contabilizou 23.671 atendimentos (de consultas a procedimentos cirúrgicos), perfazendo uma média de 3.382 atendimentos ao mês. Por sua vez, foram realizados 97.513 exames diversos entre agosto de 2011 e fevereiro deste ano, perfazendo uma média de 13.929 exames ao mês.
Anteriormente, com a gestão do Governo do Estado, um dos entraves para o bom funcionamento do Hospital Regional era a centralização das decisões em Cuiabá. Além disso, a burocracia da gestão pública engessava a solução dos casos com a devida rapidez. O conserto da quebra de um aparelho, por exemplo, podia demorar até um ano. O diretor técnico Nélio Cabette enfatiza que a liberdade de administração com a nova gestão e a experiência da São Camilo na área hospitalar, há 90 anos no Brasil, fizeram a diferença. A diretora de qualidade assistencial Larissa Vitt lembra que antes tudo dependia de licitação na unidade. Com a nova gestão, passou-se a fazer tomada de preço direta. O diretor de apoio Geovani Freitas acrescenta que mais uma limitante era a administração por planejamento anual, sendo que tudo que estava fora desse planejamento ficava inviabilizado.
A UNIDADE – O Hospital Regional de Rondonópolis possui 118 leitos, com atendimentos de baixa, média e alta complexidade para toda a região. É referência regional nas áreas ortopédica e traumatológica. Conta com 771 colaboradores, entre médicos, servidores públicos e contratados.
SEM PREVISÃO – Vale informar que a ampliação do Hospital Regional, anunciada até então pelo Governo do Estado, com a construção de uma nova ala, não está em pauta no contrato de gestão com a Sociedade São Camilo.

Médico enfatiza necessidades a serem observadas

Médico ortopedista Fernando Tenório: “Toda a equipe médica tem se desdobrado para atender as necessidades”

O médico ortopedista Fernando Tenório reconhece as melhorias efetivadas na gestão do Hospital Regional, porém também aponta necessidades a serem melhor trabalhadas. “A administração hospitalar é complexa e exige conhecimentos específicos na área. Isso a São Camilo tem. Existe melhora na estrutura física e no funcionamento. A entidade deve ter resultados estatísticos”, avalia.
Agora Fernando Tenório observa que a equipe assistencial do Hospital Regional, formada por enfermeiros e técnicos de enfermagem, tem se mostrado mais cansada no final de cada turno, possivelmente pela sobrecarga de trabalho. “Ainda existe morosidade no encaminhamento de alguns pacientes que precisam ser transferidos para Cuiabá. Isso deve ser observado pela Secretaria de Estado de Saúde”, externou.
“Por mais esforços que tenhamos, nunca vamos esgotar as possibilidades de encaminhar pacientes para outros centros”, avalia o médico. Atualmente, devido ao fato do aparelho chamado intensificador de imagens estar em conserto, ele ressalta a necessidade da transferência com maior agilidade para Cuiabá para cirurgias ortopédicas de média complexidade.
Nesse contexto, Fernando Tenório analisa ainda que os governos federal, estadual e municipal necessitam intensificar as campanhas permanentes de prevenção de acidentes, porque do contrário o Hospital Regional não vai conseguir atender toda a demanda da região. “Toda a equipe médica tem se desdobrado para atender as necessidades”, externou.
Conselho critica transferência de pacientes para Cuiabá

Presidente do Conselho Municipal do Idoso de Rondonópolis, Lindomar Lemes dos Santos, o Panta: “Não podemos aceitar que essa situação continue acontecendo”

O Conselho Municipal do Idoso de Rondonópolis analisa que as denúncias em relação ao atendimento praticamente não estavam ocorrendo nos primeiros meses da nova gestão no Hospital Regional. Contudo, após a recente quebra de um aparelho chamado intensificador de imagens, utilizado em cirurgias ortopédicas, a situação começou a mudar, gerando novas reclamações.
Conforme o presidente do Conselho, Lindomar Lemes dos Santos, o Panta, as pessoas têm reclamado que pacientes com fraturas ortopédicas e que precisam de cirurgias nessa área estão tendo que ser transferidas para a cidade Cuiabá. Nessa situação, o conselheiro aponta que muitos pacientes estão encontrando dificuldades na transferência.
Lindomar Lemes entende que essa situação não pode persistir no Hospital Regional, haja vista que a região de Rondonópolis convive diariamente com os acidentes de trânsito. Ele informou, inclusive, que o Ministério Público já entrou com uma ação na Justiça devido à situação.
O presidente do Conselho, no entanto, externou que ultimamente o órgão não efetivou mais fiscalizações in loco no Hospital, já que não houve necessidade.

Presidente da comissão de saúde da Câmara Municipal, o vereador Mohamed Zaher: “Hoje vejo uma humanização no atendimento e a satisfação dos funcionários”

Vereador está contente com Organização Social

O presidente da comissão de saúde da Câmara Municipal, o vereador Mohamed Zaher, avalia que o Hospital Regional apresentou significativa melhora após a gestão da Organização Social. “Com certeza melhorou muito. Haja vista que nunca mais recebemos denúncia nenhuma contra o Regional”, atesta.
O vereador observa que em suas visitas ao Hospital Regional não tem visto mais pacientes nos corredores. “Hoje vejo uma humanização no atendimento e a satisfação dos funcionários. Antes todo mundo trabalhava desmotivado”, analisa. “Hoje, graças a Deus, para minha surpresa, as coisas melhoraram muito!”, acrescentou sobre a unidade hospitalar.
Conforme Mohamed, antes ele dava nota 04 e hoje dá nota 09 ao Hospital Regional. Nesse contexto, diz que a São Camilo vem trazendo muito profissionalismo à gestão da unidade. “A valorização do profissional tem feito a diferença”, externa, lembrando ainda da compra de equipamentos e melhorias na estrutura física.
Outro ponto positivo na saúde municipal, segundo o vereador, foi a melhor divisão das responsabilidades entre Santa Casa, Hospital Regional e Pronto Atendimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

Diretores do Hospital Regional, Larissa Vitt (qualidade assistencial), Nélio Cabette (técnico) e Geovani Freitas (apoio)

 

 

 

 

Estrutura e inovações foram efetivadas na unidade

Em oito meses sob a gestão da Organização de Saúde, o Hospital Regional vem contabilizando várias obras na estrutura física, aquisições de equipamentos e outras inovações. Em equipamentos hospitalares, a direção informa ter investido nesse período cerca de R$ 960 mil, incluindo mesas cirúrgicas eletrônicas, focos cirúrgicos, bisturis eletrônicos, aspiradores, ventiladores pulmonares, aparelho de ultrassom, aparelho de anestesia, e outros.
A diretora de qualidade assistencial Larissa Vitt Pieper lembra da implantação de comissões e diretorias que passaram auxiliar na gestão hospitalar, a exemplo de diretor clínico (não havia), Comissão de Ética Médica, Comissão de Revisão de Prontuários e de Óbitos, Comissão de Controle e Infecção Hospitalar, Comissão de Farmácia Terapêutica, Grupo de Trabalho de Humanização e Departamento de Qualidade.
A estrutura física vem passando por adequações. O box de emergência, por exemplo, foi reformado. Também receberam obras a clínica cirúrgica e ortopédica, o centro cirúrgico, o sistema de ar-condicionado central, o telhado, sala de serviço social/psicologia e CPD, além da pintura da parte externa. Foram inauguradas as salas de descanso feminina e masculina aos colaboradores e o Hospital Dia, para rápidas internações, que agora está sendo ampliado. Várias reformas estão em andamento.
O diretor de apoio Geovani Freitas explica que a adequação e reforma é lenta, porque não é possível cessar a assistência médica por completo. “As pessoas podem esperar um atendimento de qualidade e humanizado”, garantiu Larissa Vitt. “Não somente podem esperar, mas já estão recebendo isso”, acrescentou o diretor técnico Nélio Cabette.

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  1. A São Camilo esta de parabens!!! Temos agora atendimento de dia e noite com enfermeiros e médicos. Antes parecia que nao tinha enfermeiro a noite ou estavam todos dormindo.

  2. Melhorias???? Ah bom, então sacrificar todos os funcionários com queda de salários e aumento de carga horaria, isso é melhoria!!!??? E outra coisa, que absurdo isso de organização social para administrar hospitais públicos, isso é um atestado de incompetência do estado em gestão!!! Será que não tinha ninguém competente o bastante para tocar estes hospitais? E quanto estão gastando de dinheiro público nessas OSS’s? Por que não colocaram em contrato que não poderia baixar salários? Tem OSS’s por ai dizendo até que funcionário que trabalha a noite não precisa de repouso!!! A humanização é só para os usuários? Que vergonha em governador!!! O pior é que tem gente que ainda vota nesse tipo de politico!!!

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