Uma nova geração de caminhões e veículos comerciais leves vai ser oferecida aos consumidores brasileiros a partir de janeiro de 2012. Esses veículos movidos a diesel terão, a partir desse período, que atender à nova legislação brasileira que estabelece novos limites de emissão de poluentes. Devido às novas normas, um novo diesel será comercializado no Brasil (o S50) e as fabricantes de veículos pesados desenvolveram novas tecnologias. As novas linhas planejadas pelas montadoras, visando à nova legislação ambiental, são o destaque do 18º Salão Internacional do Transporte (a Fenatran), entre os dias 24 e 28 deste mês, em São Paulo (SP).
A Fenatran reúne 365 expositores de diversos setores ligados ao transporte, em um espaço de 100 mil m², localizado no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Durante a abertura da feira, o presidente da Associação Nacional dos Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, observou que, dentro da nova perspectiva, os veículos apresentados têm como ênfase a sustentabilidade. O presidente da NTC e Logística, Flávio Benatti, um dos realizadores do evento ao lado da Anfavea, enfatizou que, apesar da nova legislação, o Brasil ainda precisa incentivar a retirada de veículos velhos em circulação nas estradas. As estimativas, segundo ele, são de que existam no país mais de 600 mil caminhões com mais de 20 anos em circulação.
As montadoras de veículos do Brasil esperaram a chegada da Fenatran para massificar a divulgação das alterações que estarão no mercado a partir de 2012. Uma das exigências é a adequação ao Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve P7), que estabelece que caminhões novos deverão sair de fábrica com motores que permitam a redução de poluentes na atmosfera, novos sistemas de pós-tratamento dos gases do escapamento e, além disso, o fornecimento de novo diesel no Brasil, com reduzido teor de enxofre (o S50). Os novos padrões equivalem à legislação européia denominada Euro 5, que limita ao máximo o impacto dos veículos rodoviários no ambiente e na saúde. A nova legislação, por exemplo, traz redução de 60% de óxido de nitrogênio e de 80% de emissão de material particulado.
Com tantas novidades, as montadoras e revendedores agora terão de correr contra o tempo para informar os transportadores e caminhoneiros sobre as novas tecnologias. A nova legislação ambiental exigirá, dentro desse cenário, caminhões produzidos com duas tecnologias: EGR (Exhaust Gas Recirculation) ou SCR (Selective Catalityc Reduction). Para quem comprar caminhões com a tecnologia SCR, terá ainda de ficar atento ao uso de um novo produto – o Arla 32 – em seus sistemas de tratamentos de gases do escapamento. Trata-se de um reagente químico que neutraliza a geração de óxido de nitrogênio.
*O jornalista viajou a São Paulo a convite da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC e Logística)
