Queimadas se proliferam e trazem transtornos

O número de grandes focos de queimadas e incêndios em área de vegetação aumentou consideravelmente nos últimos dias na região, piorando em muito a qualidade do ar na cidade de Rondonópolis. Além da baixa umidade do ar e das altas temperaturas, a fumaça e a fuligem das queimadas têm aumentado os transtornos para os moradores nessa época do ano. Neste fim de semana foram várias queimadas de grandes proporções no município.
Um dos focos de incêndio foi novamente na Reserva Indígena Tadarimana, em Rondonópolis. O fogo na área havia começado na manhã desta sexta-feira (10/09), tendo originado provavelmente em uma fazenda vizinha. O incêndio na reserva havia sido controlado por duas ocasiões, sendo uma no fim da sexta-feira e outra no final da manhã deste sábado (11/09), mas voltou a reaparecer ainda no sábado.
Por isso, o final de semana foi de muito trabalho na área da reserva indígena. O comandante do Comando Regional do 3º BBM (Batalhão de Bombeiro Militar) de Rondonópolis, tenente coronel Vanderlei Bonoto Cante, explicou que, neste domingo, a estratégia foi de combate direto ao incêndio na reserva, mas não houve êxito devido à mata densa e alta e ao vento muito forte. Ele explicou que, a partir do domingo, o incêndio na reserva indígena atingiu uma grande dimensão.
Nesta segunda-feira (13), a estratégia foi fazer o combate ao fogo de forma indireta, com auxilio de 12 bombeiros, 06 brigadistas e 40 índios. Nessa estratégia, a equipe aproveitou uma estrada existente na reserva e fez o seu alargamento, visando formar um grande acero natural. Em seguida, se valeu da técnica de fogo contra fogo. Um avião especial cedido pelo Governo do Estado também atuou no combate às chamas, dispersando água e retardante sobre a área.
Conforme o comandante regional, até esta segunda-feira, cerca de 25% da área da reserva havia sido atingida pelo fogo. No último incêndio ocorrido no local, em 2007, as chamas chegaram a destruir 80% da área da reserva de quase 10 mil hectares. Nesse sentido, a ajuda da aeronave especial foi de grande valia. Segundo repassado ontem pelo Corpo de Bombeiros, o incêndio na reserva foi controlado mais uma vez na noite de ontem, porém o fogo deve continuar na área isolada provavelmente até amanhã, sem risco de estender para o resto da mata intacta.
POR TODA A PARTE
A fumaça que encobriu a cidade neste fim de semana, no entanto, é resultado de queimadas e incêndios em várias localidades. Um outro incêndio de grande proporção que preocupou o Corpo de Bombeiros foi às margens da BR-163, saída para Campo Grande (MS). O fogo, segundo Bonoto, queimou uma vegetação de cerca de 15 hectares à beira da rodovia.
O incêndio às margens da rodovia por pouco não chegou à reserva florestal do 18º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC). “Evitamos uma grande tragédia”, analisou o tenente coronel sobre o risco de um incêndio na reserva de mata do Exército, também muito densa e fechada. Nessa região da cidade também ajudaram nos serviços homens do Exército, funcionários de fazenda e a aeronave especial.
Na área urbana, os focos de fogo em área de vegetação também chamaram a atenção. Um desses locais atingidos foi em um terreno próximo à Rua Fernando Correa da Costa e o Rio Vermelho, na região do bairro Coopharondon. Os moradores ajudaram no controle do fogo. Um leitor do A TRIBUNA mandou o flagrante do momento em que a área pegava fogo.
Diante de tantos casos de queimadas, o tenente coronel Bonoto alertou que todas essas queimadas tem sido provocadas. “As pessoas não se conscientizaram ainda que as queimadas trazem riscos ao patrimônio, à vida das pessoas e também à saúde”, reclamou.