A multiplicação de crimes bárbaros e da violência assola o Brasil e também Rondonópolis. A sensação de insegurança e medo vem tomando conta de um número cada vez maior de rondonopolitanos. Mesmo dentro de casa, o perigo ronda e faz vítimas em todas as classes sociais, em todos os lugares. A Polícia Civil registrou, até semana passada, 23 casos de homicídio em 2010 no município, fora os casos de latrocínio (roubo seguido de morte).
O Mapa da Violência de 2010/Anatomia dos Homicídios no Brasil, realizado pelo Instituto Sangari, de São Paulo (SP), mostrou que a cidade de Rondonópolis tem, proporcionalmente, um dos maiores índices de homicídios de adolescentes do Brasil. O número de adolescentes que matam e morrem é preocupante na esfera municipal. Na faixa etária de 0 a 19 anos, segundo o levantamento, Rondonópolis é a 13ª cidade mais violenta do país.
Nessa realidade, crimes ocorridos neste mês de abril levaram a maioria dos rondonopolitanos a questionar: por que tanta violência? “Homem degola criança de 4 anos e tenta estuprar garota de 12 anos”; “Jovem vítima de tiro tem morte cerebral”; “Filho mata o pai e enteado mata o padastro a tiros”; “Homem é executado a tiros dentro do Hospital Regional”… Diante de notícias como essas, o Jornal A TRIBUNA buscou, em segmentos diversos da sociedade, respostas para essa assustadora guerra urbana.
Afinal, qual é a origem de tanta violência atualmente em Rondonópolis e no Brasil? O que fazer para mudar essa situação? Veja algumas respostas nesta página, em uma enquete feita pelo A TRIBUNA.
“O aumento da violência é devido ao uso indiscriminado das drogas na nossa cidade. Temos que combater os pontos de vendas de drogas no município, combater a violência na sua origem. Não podemos esperar acontecer o mal. Acredito que temos policiais suficientes para o combate à violência. A Polícia Militar e a Polícia Civil estão dispostas a proteger a sociedade. Agora tem que criar um fórum a nível estadual para discutir e propor soluções diante da violência em Mato Grosso. Temos que conversar com o governador… A violência hoje está no centro, nos bairros, em todos os lugares. É uma situação que nos preocupa demais.”
Mohamed Zaher, vereador em Rondonópolis pelo PR.
“Na minha visão religiosa, essa situação é apenas o cumprimento das escrituras sagradas, já que existe uma abertura da própria sociedade para as ações do “inimigo”. A Bíblia diz que o “ladrão” vem senão para matar, roubar e destruir. As pessoas abrem espaço em sua vida para o mal e o que vai reinar? Na verdade, só existe um problema no mundo, que se chama pecado. E só existe uma solução no mundo, que se chama Jesus. É preciso uma busca mais incessante a Deus, em todos os sentidos, observando sua palavra e colocando-a em prática. Como eu conheço a Deus? Através da sua palavra, que é a Bíblia Sagrada. A pessoa muda seus parâmetros quando tem um relacionamento real, verdadeiro, com Cristo.”
Adriano Cesar Burjack Carvalho, pastor regional da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério de Madureira.
“O problema está nas drogas. Educa os menores para não punir os adultos é uma frase de Monteiro Lobato que reflete a realidade. A droga está em todas as classes sociais, mas na baixa não tem uma família que dê sustentabilidade na maioria das vezes. A base de tudo está na família, que não tem hoje uma estrutura psicológica e afetiva. O Diego não fumava, não bebia, não usava drogas. Não tinha nada a ver com a briga que resultou nos tiros… Ele foi vítima da violência. A maioria dos jovens deliquentes está a mercê das coisas ruins, de todo o tipo de delito. Deveria ser feito um planejamento familiar, para ter responsabilidade ao colocar um ser no mundo. A maior parte dos deliquentes tem problemas com origem na família. Por isso, deveria investir principalmente na família, que é o esteio de tudo. Outro problema é a impunidade. A polícia prende e, muitas vezes, o poder judiciário libera o deliquente. O governo tem que agir urgente, porque a tendência é piorar a situação.”
Rogério Alencar Lima, pai do jovem Diego de Oliveira Alencar Lima, atingido por um tiro na cabeça na madrugada do dia 04 de abril deste ano e que teve a morte encefálica confirmada no dia 06 de abril.
“Acredito que essa violência está muito mais ligada às drogas, mas acredito também em outros fatores. É um período de rebeldia, ninguém mais tem temor… As pessoas brigam por pouca coisa; matam por coisa sem importância. Para mudar, as famílias deveriam evitar que os filhos envolvessem com as drogas. Deveriam estabelecer limites… Em primeiro lugar, é preciso cuidar em casa. A família é onde se adquire os valores morais. O principal motivador dessa violência vem da falta de uma formação do caráter da pessoa, em todas as classes. Depois, é preciso o combate policial, investir mais em segurança.”
Hélio Francisco Luz, líder comunitário e presidente da União Rondonopolitana das Associações de Moradores de Bairros (Uramb)
“Primeiro, temos que nos preocupar com a base familiar. Infelizmente, os valores da família têm sido esquecidos. Por conta disso, temos visto nossas crianças sendo criadas em ambientes onde há desarmonia e tantos problemas, influenciando na violência. Então, o primeiro motivo é a carência dos valores familiares na vida das pessoas. Em segundo, seria o descaso do poder público, que não tem cuidado da sociedade como deveria. Alguns lugares estão protegidos e outros não… Um exemplo é o caso da execução dentro do Hospital Regional, onde deveria ter uma presença mais efetiva do Estado. Sintetizando a problemática da violência é que as pessoas se esqueceram de Deus e se tornaram os próprios deuses. Esqueceram do amor, da misericórdia, da justiça, da fraternidade… As pessoas deveriam viver na sociedade se importando mais com o direito do outro viver bem, com dignidade.”
José Eder Ribeiro Lima, padre católico, pároco da Paróquia Bom Pastor
“A busca pelo “ter” gera muita ansiedade e faz com que os pais se ausentem da vida dos seus filhos, muitos chegando, praticamente, a abandoná-los. Uma vez que não tenho os heróis em minha casa, pai e mãe, pessoas em que eu me projeto, vou buscá-los fora, nos vícios, gerando violência, furto, roubo… Isso poderá gerar uma psicopatia, que é a falta de amor e limites. Mas eu só posso ter esses fatores se meus pais ou responsáveis estiverem cumprindo o seu papel. Os pais, as famílias, devem rever de que forma estão tratando a educação. Está faltando mais amor, mais presença, mais limites, mais educação. E educação entra, primeiro os pais, e também religião e escola.”
Vera Lícia M. Logrado, psicóloga e psicoterapeuta
“O motivo que eu sempre falo é o tripé da sociedade. O primeiro é Deus. Está faltando muito Deus na vida das pessoas. Segundo, a família. A desagregação familiar está muito grande. E, depois, todos devem ter oportunidades, através da educação. Atualmente o principal carro-chefe da violência são as drogas, isso desde os mais ricos aos mais pobres. É que o rico, muitas vezes, não precisa roubar, porque tem dinheiro em casa. Temos que fazer campanhas de conscientização e também mudar nossa legislação, que tem de ser menos branda. Nós tivemos 23 homicídios esse ano, sendo que 22 foram com armas de fogo. Mesmo com a campanha do desarmamento, as armas de fogo estão aí… E, se a pessoa é presa hoje por porte, ela paga fiança e sai. A lacuna da lei dá muita mordomia à criminalidade. A pessoa é presa e solta, voltando a praticar os crimes novamente.
Lauriberto Donizetti de Godoy, delegado regional da Polícia Civil.
Apesar de tantos questionamentos a respeito de quem é a verdadeira culpa de tanta violencia, não devemos buscar os culpados e sim achar a solução para essa tão grande calamidade que destroi nossos jovens, que acabam com os sonhos das famílias. Devemos levar mais a serio as pequenas coisas da vida que para muitos não tem mais importância, o abraço ao filho, a atenção, a boa conversa, apoio aos filhos o acompanhamento, assim e só assim tornaremos o ser mais sensível e valorizador de sua vida e de seu próximo, ho! Como eu sonho por uma sociedade melhor mais amorosa mais compreensiva, que deixam de lado a vaidade e o egoísmo, sem falar da velha crise política, isso não gostaria nem de entrar em detalhes, é verdade que, se tornarmos nossos filhos melhores, teremos melhores politicos, os verdadeiros politicos e não essa corja de urubus, sanguessugas e taNtos que paro por aqui… Gostaria de continuar mas só de pensar nestes maus políticos não me sinto avontade mais … Que Deus nos abençõe nessa busca de uma sociedade melhor.
Há doze anos, quando vim morar em Rondonópolis ouvi uma autoridade, se não me engano a Promotora da Infância e da Juventude, falando dos índices de violência em Rondonópolis e da vulnerabilidade a que estavam sujeitas nossas crianças e adolescentes, sobretudo em relação às drogas, e, que se as autoridades não fizessem algo urgente para coibir a violência, num período de 10 anos teríamos índices de violência comparáveis ao dos grandes centros urbanos do país.
Infelizmente, as autoridades nada fizeram e a “profecia” realizou-se.
Parece que todos sabem a solução têm respostas para tudo, mas as atitudes são isoladas.
Enquanto as autoridades continuarem com esse comportamento infantil de defender seus próprios interesse, olhando para o próprio umbigo, aquilo que vai lhes render votos, ou algum tipo de vantagem, a tendência é piorar a a população continuar a mercê de tanto descaso.
É preciso investir maciçamente em prevenção, educação e desenvolvimento de políticas públicas capazes de resolver o problema, mas parece faltar vontade política para isso.
Outra coisa, todos apontam o uso indiscrimado de drogas como o grande vilão do problema, mas não existe nada efetivo no combate ao tráfico no município, nem no estado, pois se há consumo, é porque há o ferta do produto.
E o tratamento àqueles que infelizmente já são dependentes e precisam de cuidados? Segundo a Organização Mundial de Saúde a Depência química é uma doença e, cadê o Centro de recuperação a dependentes químicos? Há apenas algumas iniciativas das Igrejas, sociedade civil e algumas ações isoladas. Não há nada efetivo vindo diretamente do poder público nesse sentido. Enquanto isso não ocorrer parece que a tendência é piorar. Então, ou o poder público
(em todos os níves) se compromete efetivamente para buscar soluções, a longo prazo, ou a tendência é de construirmos uma sociedade cada vez mais violenta…
Há algo que se deve levar em consideração. Os homens sempre foram violentos independente de haver o sistema capitalista ou não, inclusive em sistemas não capitalistas a violência era maior.
A religião pode sim brecar um pouco a violência, mas a mesma pode também ser a causa de violência como foi na idade média e como é agora em países extremamente religiosos.
O que menos se falou foi com relação a impunidade, esta sim é a fonte que realimenta a violência.
A polícia faz seu papel, mas nosso judiciário é que lamentavelmente não condiz com a realidade.
Temos juízes que desconhecem a realidade, liberam um serial killer como ocorreu em Brasília e está nem aí, é claro está super protegido tanto faz para ele soltar ou não.
Outra coisa importante, seria punir quem não fosse a escola, tanto os responsáveis quanto a própria pessoa, e além disso termos escolas que ocupem o tempo em horário matutino e vespertino, isso acabaria com bastante crimes, pois tiraria um pouco os jovens da televisão.
E enfoco mais uma questão, não será a religião que acabará com a violência, mas sim mais educação, e naturalmente quanto mais educação menos religião.
O Dr. Lauriberto, delegado de polícia deixou bem claro: A falta de Deus na vida de muitos. A desagregação familiar. A “confusão” nos valores éticos e morais. A ‘babá eletronica’ (televisão) mostrando para as crianças e adolescentes que tudo está certo, tudo é permitido… O que é aquela menininha da novela, mal-educada, maliciosa? Como é permitido uma criança representar um papel destes?
E a DROGA? Hoje tem meninos, meninas viciados, roubando e se prostituindo…Mas não é só isto: Jovens, adultos e até idosos fazendo uso de drogas! E tem outra droga destruindo famílias e provocando violências e crimes: A bebida. Muitos jovens bebendo, alguns com os pais…A bebida gera muita violência, crimes e gravíssimos acidentes de trânsito!
Olha concordo com a questao da violencia tá acima da média, mas não podemos analisar a violência só por que houve uma morte de uma pessoa da alta sociedade. Quantas pessoas morrem e ninguém está nem ai. Quando é alguem da alta, todo mundo quer opiniar. Pra alguém acordar que a violência está ultrapassando o limite, se que se tem limites… Quando morre alguém da alta, fica um bando de pessoas que não vive a violencia diária, dando palpite. Fala sério, ai querem fazer uma Ong, etc… O Brasil nunca vai pra frente com pessoas que só veem seu lado. E o pobre tem que se….
Vamos juntar todas essas pessoas bem intencionadas com outras que tenham interesse em achar saídas para minimizar a violência em nossa cidade e conclamar a sociedade. Penso que o governo federal e estadual deveriam unir-se para fortalecer as nossas fronteiras e dificultar a entrada de drogas de qualquer espécie no Brasil. Feito isso, resgatando valores humanos, sociais, psicológicos e religiosos, vamos fortalecer as nossas famílias e assim salvar nossas vidas.
Eu também acredito que as famílias estão perdendo o valor, pois as drogas está tendo um valor maior para alguns jovens. O respeito com o próximo não existe mais, a importância e a necessidade de Deus nos lares virou uma mera utopia. Sem DEUS como alicerce da família, nossos jovens estão perdidos para o mundo.
Mas também acredito que o poder público tem sua parte….hoje em Rondonópolis a policia esta totalmente aparelhada, com carros novos e gasolina (muito diferente de antigamente que não tinha nem gasolina), mas não se vê a presença constante de policiais em bairros periféricos…Por que a policia não faz rondas? Por que tanta negligência?…O que se vê pela mídia é um comando da policia mais preocupado em si próprio do que com a segurança da população. Todos que começam fazer um bom trabalho na cidade derrepente vira estrela e a criminalidade volta a assolar o município….Agora tem até comandante Candidato…Vamos dar um BASTA nisto.A sociedade pede mais compromisso da policia.