A Secretaria Extraordinária de Estado de Projetos Estratégicos (Sepe), firmou parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no sentido de desenvolver a cultura do dendê, originário da África no Estado de Mato Grosso. A medida busca inserir a cultura em áreas desmatadas, conforme o zoneamento agroecológico realizado por pesquisadores da instituição. O prazo firmado entre as partes é de que até o início de março o projeto esteja concluído.
A proposta está direcionada à geração de renda, ocupação de áreas desmatadas, além da melhoria da qualidade de vida dos produtores rurais. A mesma atitude foi implantada por alguns Estados da região Norte do país a fim de atender o mercado de óleos. Serão repassados R$ 65 mil por produtor. O dinheiro é proveniente do Pronaf – Biodiesel do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o qual oferece juros de 2% ano, além de seis anos de carência e mais oito para começar o pagamento da dívida.
Para o chefe-geral da Embrapa Mato Grosso, João Flávio Veloso, a proposta é semelhante quanto ao incentivo da mamona em algumas regiões do país. Segundo Veloso, a expansão da área cultivada com dendê nas áreas já desmatadas da Amazônia é reconhecida como uma excelente alternativa, como suporte ao projeto governamental de ampliação e diversificação das cadeias produtivas do Estado. “Como consequência, diminui a pressão sobre a floresta e propicia o melhor aproveitamento das áreas desmatadas”, afirmou.
De acordo com João Veloso, o zoneamento agroecológico é uma ferramenta fundamental para a criação de mecanismos de orientação à implementação da cadeia de produção de óleo de dendê. Para a Amazônia Legal, em particular, constitui a base técnico-científica para se atingir a sustentabilidade em bases social, econômica e ambiental, pela indicação das terras mais adequadas à produção agrícola da cultura do dendezeiro.
O PRODUTO
O principal produto do dendezeiro é o óleo extraído industrialmente da polpa do fruto – óleo de palma internacionalmente conhecido como palm oil – cuja demanda vem crescendo de forma acelerada e consistente há quase dez anos. As características especiais desse produto conferem-lhe grande versatilidade o que possibilita sua aceitação por indústrias mundiais diversas.
A cultura do dendezeiro é, provavelmente, a de maior potencial de crescimento no mundo dentre as culturas de significado econômico. Sua rentabilidade tem sido boa e os preços tem-se mantido estáveis em torno de USS 450/tonelada de óleo de palma devido ao aumento de produção que tem acompanhado o crescimento do consumo.