Horário muda rotina e gera pouca economia

Pelo 39º ano a cena se repete. Grande parte dos brasileiros é obrigada a mudar a rotina por vários meses por causa do horário de verão. Como durante o verão os dias são mais longos, a ideia ao adiantar uma hora no relógio era aproveitar mais a luz natural e diminuir a demanda por consumo de energia elétrica no horário de pico. Atualmente, o horário diferenciado divide a opinião dos brasileiros e rondonopolitanos (veja enquete nesta página). As controvérsias são porque, na verdade, o horário diferenciado gera uma redução no consumo de energia elétrica muito pequena e, por outro lado, interfere na vida da população.
A dificuldade de adaptação ao horário e os transtornos gerados contam negativamente entre a população. Em Rondonópolis, por exemplo, em cada horário de verão, igrejas acabam tendo de alterar horários de missas e cultos; trabalhadores e estudantes são obrigados a acordar ainda quando se está escuro; pessoas reclamam de transtornos ao relógio biológico; alguns serviços alteram o seu horário de funcionamento; entre outras reclamações. Em contraponto, especialistas atestam que o horário de verão é importante por gerar menor sobrecarga em horário de pico e do ponto de vista educativo da população.
Na verdade, o consumo de energia elétrica no período do horário de verão realmente é insignificante. Dados da Rede Cemat informam que a previsão de economia para Mato Grosso durante a vigência do horário de verão 2009/2010 – cerca de quatro meses – é de 15.727,3 MWh no consumo pelo Sistema Interligado Nacional (SIN). Essa energia seria suficiente para abastecer um município como Rondonópolis por apenas 17 dias. Vale dizer que o consumo de energia elétrica em Rondonópolis é de 27.866 MWh ao mês, tendo setembro de 2009 como mês de referência. Conforme a empresa, no município há um total de 70.663 unidades consumidoras.
No entanto, o horário de verão tem seus defensores. Em algumas cidades, associações ligadas ao turismo não só reivindicam o horário de verão como se pudessem transformariam-no em oficial, já que proporciona aumento das possibilidades de ganhos para restaurantes, hotéis e outros. Na área do bem-estar físico, outro ponto positivo apontado é a possibilidade de poder usufruir de uma hora a mais de sol entre a saída do trabalho e a noite, aproveitando para fazer exercícios físicos ou outras atividades ao ar livre.
Diante de tanta polêmica, o Congresso Nacional e até Assembléia Legislativa já recebeu projeto de lei que pede o fim do horário de verão. Em 2007, por exemplo, o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) apresentou projeto de lei no Congresso propondo o fim do sistema. Outros parlamentares também já pediram o mesmo em diversas ocasiões. Até agora, as discussões não vingaram.
Desta vez, o horário de verão começou no dia 18 de outubro de 2009 e vai até 21 de fevereiro de 2010.