O cursinho pré-vestibular Zumbi dos Palmares que foi implantado pela atual administração em parceria com o Movimento Negro, funciona plenamente e atende 400 pessoas da comunidade local, em quatro unidades na cidade. O coordenador Valdivino Ferreira de Lima conta que a demanda por uma vaga no cursinho oferecido de graça cresce a cada dia. A fila de espera vai resultar na ampliação do projeto, a partir de 2010.
A secretária de Educação, Marilda Rufino, informa que até o mês de julho os alunos já terão acesso ao material didático, além de receber merenda escolar. “Nosso objetivo é expandir o conhecimento. Estamos providenciando as apostilas e também a merenda para os beneficiados com o projeto”, afirma.
Valdivino Lima explica que as matérias do cursinho pré-vestibular do município não têm apenas conteúdo específico para o vestibular. “Os alunos vão contar com noções básicas de Direito, Filosofia, Sociologia e Psicologia”, comenta. O professor relata ainda que os alunos têm a oportunidade de concorrer de igual para igual com os alunos da rede particular de ensino. “Apesar das dificuldades do ano passado, aprovamos cerca de 70 alunos na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)”.
Para o professor e coordenador da Unidade do Cursinho na Escola Estadual Carlos Pereira Barbosa, do Jardim Europa, Felipe Barbosa Teixeira, o projeto do Movimento Negro começou como um sonho e se concretizou a partir da iniciativa do prefeito Zé Carlos do Pátio de encampar a ideia e oferecer a oportunidade para a juventude local. “Hoje esse sonho tornou-se uma realidade. Com a parceria da prefeitura o cursinho pegou corpo. Recebemos uma remuneração. Isso nos ajuda bastante. É uma satisfação para nós podermos levar qualidade de ensino para alunos menos favorecidos”, comenta.
O aluno Antônio Marcos Alves da Silva, de 31 anos, fala que o cursinho é um subsídio a mais, principalmente para as pessoas que estão longe da escola há muito tempo. “Eu parei de estudar há anos e não teria condições financeiras de participar de um cursinho pago. A chance que a prefeitura e o Movimento Negro estão nos oferecendo é importantíssima. Vou poder concorrer de igual para igual com alunos que estudam em escolas particulares”, explica.
Larissa Klinkerfus, de 16 anos, classifica o cursinho como uma possibilidade única para alunos de baixa renda. “Sabemos que quem está aqui de fato quer estudar. É a possibilidade que temos de trocar ideias com pessoas de mais idade e diferentes formas de pensar”, afirma.
Os alunos que participam do cursinho pré-vestibular gratuito do município passam por uma avaliação sócio-econômica regressiva. As vagas são preenchidas pelos estudantes com menor renda na unidade familiar.
