Diretores, corpo clínico, administração e funcionários disseram que não aceitarão a municipalização da Santa Casa de Misericórdia e Maternidade de Rondonópolis. A posição foi exposta, no fim da manhã de ontem (16/02), em ato realizado com a presença de alguns representantes da sociedade, em frente à porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), fechada em dezembro passado pela Justiça. O ato foi realizado diante do possível interesse da Prefeitura de Rondonópolis em propor a municipalização do hospital.
[inspic=31775,right,fullscreen,200]No protesto realizado ontem, cartazes e faixas estampavam o sentimento dos funcionários e membros do corpo clínico da Santa Casa. Atentos à importância do fato, os vereadores Ananias Filho, Mohamed Zaher, Reginaldo Santos e o presidente da Câmara Municipal, Helio Pichioni, discursaram em favor da unidade hospitalar, que está em funcionamento há mais de 30 anos na cidade.
Ananias Filho foi duro em sua fala e cobrou atitudes respeitosas da gestão municipal em relação à Santa Casa. Segundo o parlamentar, antes de cogitar publicamente a possibilidade de municipalização da entidade, o Executivo deveria ter consultado o Conselho Municipal de Saúde e a Câmara Municipal – o que não foi feito. Em nome da Câmara Municipal, o vereador colocou o mandato à disposição da Santa Casa para ser utilizado como ferramenta contra a municipalização.
O vereador Reginaldo Santos elogiou a administração da Santa Casa, que segundo ele, há tempos não tinha uma saúde financeira como agora. Para o vereador, os esforços da Prefeitura pela municipalização deveriam ser canalizados para o Hospital São José e demais órgãos de saúde pública do município.
Em defesa da instituição, discursaram os médicos Jaeder Pereira e Luis Straliotto. “A municipalização é algo abstrato que eles [a Prefeitura] estão querendo fazer real”, alertou o diretor técnico da Santa Casa, Jaeder Pereira, em entrevista para a reportagem, explicando que a unidade é uma instituição privada, com fins filantrópicos. Por isso, existe uma irmandade na Santa Casa que rege e decide o seu rumo – não a municipalidade.
Jaeder disse ao Jornal A TRIBUNA que a ideia da municipalização da Santa Casa é mais um desejo do secretário municipal de Saúde, Valdecir Feltrin, que, no entanto, não tomou até agora os procedimentos formais para discutir algo neste sentido. Aliás, lembrou a secretária adjunta de Saúde, Daniele Monteiro de Barros, com conhecimento técnico sobre o assunto, se posicionou contrária à municipalização da unidade.
O médico destacou ainda que a Santa Casa sempre buscou a transparência em suas atividades e que a unidade está aberta a qualquer membro da sociedade para possíveis esclarecimentos e prestação de contas. A saída para o hospital, segundo ele, é a sua gestão continuar como está atualmente, até porque tem uma parcela da sociedade – como empresas, atendimento particular e convênios – que depende da estrutura atual.
A bacharel em Direito Neusa Novais da Rocha, que atua hoje no segmento imobiliário de Rondonópolis, também deu o seu apoio ao trabalho prestado pelo hospital, lembrando da sua evolução ao longo do tempo. O funcionário da Santa Casa Cícero Moraes, após entregar uma carta pedindo apoio ao presidente da Câmara, Helio Pichioni, falou em nome de todos os funcionários.
Não, Não, Não a Municipalização!