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Custos de internação da dengue reforçam urgência de políticas sólidas de prevenção

Levantamento da Planisa aponta que cada paciente custa, em média, R$ 3.323 para o sistema de saúde hospitalar

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Levantamento no período de janeiro de 2023 a março de 2024 contabilizou 1.054 internações de pacientes com dengue, que consumiram 3.926 dias de leito, com média de permanência de 3,7 dias (Foto – Divulgação/Freepik)

O Brasil concentra 83% de todos os casos de dengue em países das Américas (América do Sul, Central e Norte), segundo dados da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). No total, as regiões registraram cerca de 4,6 milhões de casos de dengue neste ano, o que representa um crescimento de 237% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Em 2024, o país já registrou mais de 3,1 milhões de casos prováveis da doença e 1.292 mortes confirmadas, com outros 1.875 óbitos em investigação.

Em levantamento realizado na plataforma DRG Brasil, em 25 hospitais brasileiros, no período de janeiro de 2023 a março de 2024, foi contabilizado 1.054 internações de pacientes com dengue, que consumiram 3.926 dias de leito, com média de permanência de 3,7 dias.

Na base de dados de custos da Planisa (empresa com expertise em serviços de consultoria para otimização da gestão de custos), em igual período, cada diária custou, aproximadamente, R$ 898.

“Portanto, cada paciente com dengue custou, em média, para o sistema de saúde hospitalar, R$ 3.323. Os desafios da saúde no Brasil são recorrentes e muitos têm origem na deficiente estrutura sanitária, o que ocasiona internações hospitalares que poderiam ser evitadas”, ressalta o especialista em gestão de custos hospitalares e diretor de Serviços da Planisa, Marcelo Carnielo.

Carnielo lembra que hoje, os processos de transição demográfica e epidemiológica colocaram as doenças crônicas como as principais causas de internações e consumidoras de recursos no sistema de saúde brasileiro.

Segundo Ministério da Saúde, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são a maior a causa de morte e adoecimento da população, constituindo-se uma epidemia no país. As DCNTs vitimam mais de 700.000 pessoas por ano no país e aproximadamente 50% da população possuía ao menos uma DCNT em 2019.

Com o envelhecimento da população, a tendência é que a incidência e prevalência destas patologias aumentem ainda mais. “Por outro lado, evidenciam-se as persistentes incidências de doenças transmissíveis, transmitidas por vetores, e as causas externas, como a Covid-19, a atual epidemia da dengue, os acidentes de trânsito e a violência, com destaque aos homicídios. As doenças infectocontagiosas causadas por vírus e bactérias são prevalentes em países pobres e com déficit em saneamento”, pontua Carnielo.

“Especialmente a dengue, transmitida pelo vetor Aedes aegypti, também transmissor das febres zika e chikungunya, não é novidade por aqui, uma vez que se registrou entre 2015 e 2016, aumento de incidência de 95%. As causas são amplamente conhecidas e remontam a raiz da falta de abastecimento de água e saneamento”, salienta.

Para o diretor de Serviços da Planisa, o futuro da saúde reside na capacidade do sistema de saúde de diminuir o custo per capita. “Para tal, políticas sólidas de prevenção e promoção da saúde tornaram-se imperativas, como a ampliação com eficiência e efetividade da atenção primária ou continuaremos sendo hospitalocêntricos”, conclui.

 

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