O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu ontem (20) que os investidores se mantenham ativos no Brasil. Guedes destacou que o país manterá a agenda de reformas, atualização de marcos regulatórios e privatizações.
“Será um grande erro não investir no Brasil”, disse em conferência, sobre oportunidades para Brasil e Estados Unidos, organizado pelo Milken Institute.
Para o ministro, é natural que a taxa de câmbio fique mais alta, enquanto os juros são mais baixos.
“Estamos há um ano e meio sem corrupção no governo, e isso nunca aconteceu antes.
É normal que a taxa de juros caia e a taxa de câmbio aumente, mas os investidores estrangeiros podem ficar tranquilos que teremos bons mecanismos de hedge [proteção]”, afirmou.
Reforma tributária
Segundo o ministro, o governo não vai aumentar a carga tributária.
“Não vamos aumentar impostos no Brasil, vamos reduzir tributos das empresas”, disse Guedes. Ele acrescentou o governo quer criar imposto sobre dividendos e simplificar o sistema tributário no Brasil.
A equipe econômica estuda ainda mudanças no Imposto de Renda, cobrança de alíquota sobre lucros e dividendos e proposta para desonerar a folha de pagamento das empresas em troca da criação de uma contribuição sobre transações.
Abertura de capital
Na conferência, o ministro lembrou que 65 milhões de pessoas foram bancarizadas (tiveram acesso ao sistema bancário) durante a pandemia de covid-19, com o pagamento do auxílio emergencial em conta digital criada pela Caixa Econômica Federal.
“Quanto vale um banco que tem 64 milhões de pessoas que foram bancarizadas pela primeira vez e serão leais pelo resto da vida?
O Brasil é uma democracia digital. Na pandemia, digitalizamos 64 milhões de pessoas. Estamos planejamento um IPO [oferta pública de ações] deste banco digital”.
Acordo de US$ 1 bi em investimentos
O Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos (EximBank) e o governo brasileiro assinaram ontem (20) um acordo para investimentos de até US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) no Brasil.
O Exim e o Ministério da Economia concordam em identificar opções para usar o financiamento do banco americano nas áreas de telecomunicações (incluindo tecnologia 5G, a próxima geração de rede de internet móvel), energia (incluindo nuclear, petróleo e gás e renováveis), infraestrutura, logística, mineração e manufatura (incluindo aeronaves), de acordo com informações da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Na cerimônia de assinatura, em Brasília, Paulo Guedes disse que o Brasil está abrindo os horizontes de investimentos.
“Fizemos um acordo com o Mercosul, que estava parado há oito anos, com a União Europeia, parado há 20 anos.”
“Fizemos um acordo com a Área de Livre Comércio Europeia. Começamos negociações com Japão, Coreia do Sul, Canadá e chegamos a um grande acordo com os americanos para facilitar o comércio, convergência de marcos regulatórios e anticorrupção”.