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BOI: alta em setembro

O mercado brasileiro de boi gordo terminou o mês de setembro com preços em alta. Nas duas últimas semanas do mês os preços chegaram a apresentar uma breve acomodação, em função da entrada de gado confinado de primeiro turno, mas mesmo com aumento, a oferta segue aquém da necessidade de mercado. Para complicar, a escassez de chuva em regiões importantes de produção como o Centro-Oeste ainda persiste, com os poucos volumes registrados nesse final de setembro contribuindo apenas para amenizar a situação.
O quadro de pouca oferta, combinado com demanda aquecida fez os preços voltarem a subir com a virada de mês. Em São Paulo, pequenos e médios frigoríficos foram obrigados a pagar mais pelos animais para abate como forma de atender a crescente demanda. Mesmo com mais oferta, as escalas de abate estão indicadas em média para quatro dias úteis. Junto aos frigoríficos de grande porte, a situação parece ser mais tranqüila, com indústria sediada em Lins, no interior paulista, já usando o termo confortável para definir posicionamento de abate. Em pelo menos duas regiões paulistas consultadas nessa quinta-feira (30) – Lins e Barreto – a Agência Safras apurou escalas de abate para 11 de outubro, formadas na maior parte por boi a termo e boi de confinamento.
Preços praticados no mercado paulista nesse final de setembro (30/09), ficaram em R$ 92/94,00 arroba, livre de Funrural, a prazo, para pagamento em 30 dias, contra R$ 88/94,00 do primeiro dia do mês. Em Mato Grosso do Sul, a arroba fechou o mês a R$ 87/89,00 contra R$ 84/85,00 de abertura. Em Mato Grosso, o mês terminou com a arroba a R$ 79/83,00 ante patamares de R$ 75/79,00 da primeira semana (01/09).
Considerando as principais regiões de produção e comercialização consultadas por Safras & Mercado, a arroba do boi gordo fechou o mês de setembro cotada a R$ 86,59 de preço médio, livre de Funrural, a prazo, alta de 3,74% na comparação com o patamar de R$ 83,47 de abertura do período. Nos negócios à vista, a alta foi de 3,35% no período, na média nacional.
No atacado da carne bovina, em São Paulo, os preços voltaram a subir, retomando patamares recordes nessa virada de mês em função do repique de demanda do período. O corte traseiro foi negociado a R$ 7,30 quilo, alta de 2,82% na comparação com o patamar de R$ 7,10 quilo de abertura de setembro (01/09).

SOJA: Chicago rompe US$ 11,00

Os preços da soja voltaram a subir durante o mês de setembro no mercado brasileiro, impulsionados pelo bom desempenho das cotações futuras na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Às vésperas do início do plantio da safra 2010/11, a movimentação envolvendo venda antecipada de produto da safra nova ganhou ritmo e foi o destaque do mês. No disponível, o mercado seguiu em ritmo lento.
Levantamento de Safras & Mercado indica que o preço médio da saca de 60 quilos em Passo Fundo (RS) passou de R$ 42,40 em agosto para R$ 42,95 em setembro. No mesmo período, a média saltou de R$ 39,60 para R$ 41,30 em Cascavel (PR). Em Rondonópolis, o preço médio pulou de R$ 39,00 para R$ 40,35.
A sustentação aos preços teve como motivador o desempenho de Chicago. Os contratos com vencimento em novembro tiveram média de US$ 10,32 em agosto. Em setembro, o preço médio ficou em US$ 10,58 por bushel. No final do mês, este contrato rompeu a barreira de US$ 11,00, fechando a US$ 11,28 por bushel no dia 27.
Apesar das lavouras americanas se desenvolverem de forma satisfatória, iniciando a colheita com perspectiva de produção recorde, estimada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em 94,8 milhões de toneladas, a boa demanda pela soja americana, principalmente por parte da China, garantiu mais um mês de sustentação aos preços futuros.
Mesmo que o mercado passe por um período sazonal que indica recuo, o aumento da oferta americana com o avanço da colheita, dificilmente as cotações deverão cair muito no curto prazo. O cenário de oferta mundial apertada persiste e deve continuar dando suporte aos preços. As atenções se voltam também para o início do plantio da nova safra sul-americana.

ARROZ: preços recuam em setembro

A lentidão na recuperação dos preços internacionais e o rompimento do suporte de R$ 1,70 por dólar no mercado cambial aumentaram a pressão sobre as cotações no mercado brasileiro de arroz no final de setembro. Na média do Rio Grande do Sul – principal referencial nacional, a saca de 50 quilos do cereal em casca fechou o mês cotada a R$ 26,06, com queda de 4,6% em relação a agosto e de 7,5% ante o mesmo período do ano anterior.
No dia 01 de setembro, a moeda norte-americana era trocada por R$ 1,74. Em 01 de outubro, o dólar comercial iniciou a sessão valendo R$ 1,68 (-3%). Com isso, a possibilidade de compra externa fica mais acessível, principalmente do Uruguai e da Argentina.
Isso mostra que a estratégia de segurar as vendas e aguardar momentos mais atrativos para a comercialização no Brasil depende de uma recuperação internacional mais consistente, que convertida para a moeda nacional, torne o custo de importação superior aos preços praticados no âmbito doméstico.
Até o momento, a gradual reação externa não foi suficiente para elevar a paridade de importação, devido ao fato do mercado doméstico já estar sobrevalorizado em relação ao internacional e à recente valorização do real frente ao dólar.
Com as indicações de preços no mercado gaúcho abaixo do mínimo de referência em muitas regiões, a tendência é que o setor produtivo volte a clamar por uma intervenção governamental. O primeiro passo dado foi o questionamento dos números oficiais, que mostram um forte aperto no quadro de abastecimento.
Além disso, apesar das divergências normais entre compradores e vendedores do grão em casca, ambos concordam que a forma de dinamizar o mercado doméstico será abrir a válvula de escape via exportação. Contudo, nas condições atuais, o arroz brasileiro não é competitivo para vendas externas.

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