Produtores e exportadores elogiaram a assinatura de um protocolo entre os governos do Brasil e da China que possibilita a abertura do mercado do país asiático para o milho brasileiro. Para eles, é uma oportunidade para escoar a produção do cereal que, na safra 2012/2013, chegou a superar a de soja.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Carlos Fávaro, lembrou que, até alguns anos, a China não era importadora e o Brasil não era exportador de milho. “Agora as duas coisas se unem. É importantíssimo. É uma grande oportunidade”, avalia.
As negociações entre Brasil e China vinham ocorrendo desde o começo do ano e a expectativa é de que os embarques possam ocorrer já na safra 2013/2014. Apesar de produzir mais de 200 milhões de toneladas de milho, os chineses necessitam do grão importado. A avaliação é de que as compras saltem dos 3 milhões de toneladas da safra 2012/2013 para 7 milhões no ciclo atual.
O presidente da Coamo, de Campo Mourão (PR), José Aroldo Galassini, acredita que uma abertura maior do mercado chinês para o milho brasileiro poderia até reforçar a intenção de plantio da segunda safra do cereal, ainda incerta no Paraná em função dos preços baixos.
“É uma grande opção. A demanda poderia estimular os preços. Só a notícia já faz a gente vislumbrar preços melhores para o milho”, diz ele, lembrando que os problemas com a logística dificultam o escoamento da produção. “Temos que resolver, senão o comprador vai buscar produto em outros países”.
Por causa da ineficiência de infraestrutura, o presidente da Comissão de Cereais e Oleaginosas da Federação de Agricultura de Goiás (Faep), Flávio Faedo, acredita que o Brasil terá dificuldades, em um primeiro momento, em atender os chineses. Mesmo assim, acredita que a abertura é “extremamente positiva”.
“A China tem uma tendência de precisar de mais milho. A necessidade de consumo é cada vez maior porque a população está se alimentando melhor e eles não tem mais áreas para abrir para a agricultura”, analisa. “Com preço e mercado, é possível o Brasil aumentar a produção a ponto do milho ser tão importante quanto a soja”. (Fonte: Globo Rural)