A ascensão do Botafogo e o declínio do Corinthians são resumidos pelo resultado do encontro das equipes na tarde deste sábado, no Rio de Janeiro. Vitória botafoguense por 2 a 0, sem grandes sustos, diante de um rival que sofreu com a falta de qualidade na criação de jogadas. Os gols de Neílton, irregular, e Diogo Barbosa, polêmico, foram alvos de reclamações dos corintianos. Marquinhos Gabriel ainda perdeu um pênalti.
O Timão volta a campo na próxima quarta-feira, contra o Atlético-MG, às 21h (de Brasília), em Itaquera. O Botafogo enfrenta o Figueirense no domingo, às 17h, em Florianópolis.
Sem os dois principais articuladores do meio-campo, o Corinthians foi nulo no primeiro tempo. As suspensões de Rodriguinho e Giovanni Augusto obrigaram o técnico Fábio Carille a usar uma nova formação: Willians à frente da zaga, Marciel e Camacho mais avançados. Nenhum deles tem características de criação, e a bola praticamente não chegou a Romero.
Ainda assim, o Corinthians tentava – e deixava espaços em sua defesa. Conhecendo cada pedaço do gramado de sua casa, o Botafogo aproveitou contra-ataques para assustar Walter. Se Vinícius Tanque estivesse em tarde inspirada, os cariocas poderiam ir para o intervalo com uma goleada. O centroavante perdeu duas chances frente a frente com o goleiro rival.
Com quase 70% da posse de bola, o Botafogo encontrou seu gol naturalmente. Aos 23 minutos, Neílton dividiu com Yago, encontrou Vinícius Tanque sozinho na área, recebeu de volta e marcou por cobertura, na saída de Walter. Vinícius estava impedido no momento do passe de Neílton, que tocou na bola antes de Yago.
Apesar do erro de arbitragem, a zaga corintiana continuou perdida. Exemplo maior: até Fagner, lateral-direito de seleção brasileira, mostrou displicência ao tentar afastar de calcanhar um lançamento longo. A bola explodiu em Diogo Barbosa, que invadiu a área e acertou um chutaço de esquerda. 2 a 0, fácil, fácil. Os corintianos reclamaram de toque na mão do rival.
Em desvantagem, o Timão tentou mudanças no segundo tempo: saiu Marciel, entrou Lucca; saiu Romero, entrou Gustavo. Ninguém, porém, conseguiu resolver o problema da criação de jogadas. Assim, o Botafogo só administrou e tocou a bola. A saída de Neílton para a entrada de Dudu Cearense, um volante, deu o tom do que queria o técnico Jair Ventura.
A única chance real do Corinthians esteve nos pés de Marquinhos Gabriel. Um pênalti duvidoso marcado após toque na mão de Emerson Santos era a oportunidade. Na cobrança, Marquinhos bateu mal, e Sidão cresceu para fazer bela defesa.
O jogo morno só esquentou em disputas ríspidas entre os adversários. Fagner, Lucca, Joel Carli, Dudu Cearense… Todos se envolveram em confusões no segundo tempo. Hoje, porém, Botafogo e Corinthians parecem estar em direções contrárias – cariocas aumentando o sonho pela Libertadores, paulistas cada vez mais longe dela.