MADRI – Dois jornalistas espanhóis do jornal “El Mundo”, Javier Espinosa e Ricardo García Vilanova, foram libertados na Síria e encontrados por soldados turcos na fronteira com o país no sábado. A dupla foi capturada por radicais islâmicos da al-Qaeda há quase 200 dias, em 16 de setembro, ao tentar deixar a Síria após duas semanas de trabalho. Eles ficaram sob proteção militar local e devem chegar a Espanha neste domingo.
Na noite de sábado, Espinosa ligou para a redação e disse: “Sou Espinosa”. Segundo o jornal, ele usou “uma voz pausada, o mesmo tom de sempre, como se em vez de seis meses tivessem se passado só alguns dias”. Ele já havia vivido outra situação de grande perigo no país, em 2012, quando a jornalista Marie Colvil e o fotógrafo Remi Ochlik foram mortos no quarto ao lado onde ele estava, em Homs, durante um ataque à um centro de mídia. Espinosa sobreviveu porque a parede o protegeu dos estilhaços.
Com a liberdade de García Espinosa, restam pelo menos nove correspondentes estrangeiros desaparecidos no país, além de dez jornalistas locais. A ONG Repórteres Sem Fronteiras, que defende os direitos dos jornalistas, afirma que o Estado Islâmico detém cerca de 20 jornalistas e o governo sírio um número desconhecido.
Em um site que divulga notícias da al- Qaeda, um grupo islâmico divulgou um comunicado em dezembro passado que pedia a libertação dos jornalistas. O “Red Hanein” descreveu os dois como “homens que arriscaram suas vidas para contar a verdade”.