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Rondonópolis
, 15 maio 2024
 
 

O médico e o monstro

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Certa vez, um torcedor me perguntou dos técnicos do futebol local qual eu mais admirava e, sem pestanejar, respondi que era Carlos Rufino. Na verdade, gosto do Carlos Rufino como técnico por dois motivos. Em deles é que ele é corajoso. Trata-se de um cara que é capaz de tudo para fazer o time dele vencer. Se precisar escalar três atacantes para buscar a vitória, ele não pensa duas vezes. Rufino é uma pessoa que veste a camisa. Quando ele treina uma equipe é como se estivesse cuidando dos filhos dele, um técnico que nunca menospreza o clube que defende. Carlos Rufino pode estar no Grêmio de Jaciara, naquelas fases complicadas, mas ele sabe colocar o time dele para jogar por mais limitado que seja.
Hoje, no Araguaia, equipe que tem uma boa estrutura ele, com certeza, não vai fazer feio. Outra característica que eu defendo nele é que Carlos Rufino gosta de revelar jogadores, aliás isso ele fala de boca cheia.
Porém, o grande problema do Carlos Rufino é que, às vezes, baixa nele o  Dr. Jekyll e Mr. Hyde, que são personagens do clássico “O Médico e o Monstro”. Jekyll era um cidadão pacato, que de repente virava Hyde, um verdadeiro monstro.
De repente, o Carlinhos, quando é provocado de forma veemente pelos adversários, meio que perde as estribeiras e passa do pacato Jekyll para o incontrolável Hyde em questão de segundos. Se bem que a verdade tem que ser dita. Nos últimos anos, ele poucas vezes perdeu a cabeça. A última foi quando estava no Operário, time onde conquistou o seu único título estadual e se envolveu em uma confusão com o árbitro Wagner Reway, que lhe causou uma suspensão. Mas, hoje, vendo o Carlos Rufino parece que ele está  mais tranqüilo e menos susceptível às provocações dos adversários. Virou um técnico de futebol mais centrado no jogo do que no acontece em seu entorno.
Mas, o que eu realmente admiro no Carlinhos é uma outra questão. Ele, ao contrário dos grandes técnicos que passaram por aqui nunca foi um craque de bola, jamais jogou em templos sagrados de futebol mas, mesmo assim, Rufino conquistou o respeito dos boleiros de Mato Grosso pelo simples motivo: em toda a sua carreira, ele sempre revelou jogadores para o futebol local. Posso dar alguns exemplos, como o atacante Diogo, o Diogol. Lembro bem do Diogo, ainda jovem, franzino e que marcava gols nos treinos do União. Carlos Rufino via o jogador e comentava: “uma hora eu dou a nove para ele e boto para jogar”. Porém, primeiro ele arriscou Diogo em um clássico Uni-Grão, quando o União estava em desvantagem no placar. E deu certo. O jogador marcou o gol de empate e salvou o Glorioso.
A partir daquele momento, Rufino sabia que havia descoberto um grande talento. Mas, têm outros, como o caso de Tirone, que também entrou em campo pelas mãos do treinador ou o zagueiro Valteir revelado no futebol guiratinguense que ele trouxe para Rondonópolis e o tornou titular. Com Zumbi, que já era bastante conhecido no futebol local, o técnico foi o primeiro a dar uma oportunidade a ele como profissional. Outra ‘cria’ de Rufino foi o volante Rafael, em quem ele apostou. Afinal, teve muitos e muitos jogadores que hoje fazem sucesso no futebol de Rondonópolis que foram lançados por ele. Pena que nem no União e nem no Vila ele conseguiu um título. Está ai uma dívida com o futebol local que ele tenta pagar. Será que consegue?

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