O assunto nos últimos dias não tem sido outro na comunidade escolar de Rondonópolis. A transferência das séries iniciais do Estado (1º ao 5º ano) para a rede municipal de ensino já em 2023 tem gerado muita preocupação e revolta entre os pais das escolas estaduais em Rondonópolis.
O Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), alega que o redimensionamento na oferta do Ensino Fundamental é uma obrigação legal a ser cumprida.
O decreto editado em 2020 prevê que o Estado, gradativamente, passará a atender apenas os anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e o Ensino Médio na zona urbana e rural, cabendo aos municípios atender a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano).
Ao contrário, essas mudanças não ocorrerão de forma gradativa em Rondonópolis, mas de forma geral a partir de 2023. Os pais não são contra o cumprimento da lei, mas justamente a sua aplicação de forma repentina já no próximo ano em âmbito local, sem discussão prévia com a sociedade.
Por sua vez, a Prefeitura de Rondonópolis aponta que teve de promover as mudanças de uma vez só porque, caso não fizesse, perderia arrecadação.
A comunidade tem toda a razão em se indignar e protestar contras mudanças da forma que estão sendo feitas, pois não teve como se preparar para elas, bem como teme consequências na queda da qualidade de ensino.
Nisso temos de pontuar que muitas das nossas escolas que ofertam os anos iniciais pelo Estado são referências em rendimento e qualidade de ensino em Mato Grosso, como exemplos o La Salle, o Sagrado Coração de Jesus e outros. Na rede municipal, ninguém sabe como será esse nível de qualidade.
Também temos de citar os transtornos que as alterações vão trazer aos alunos que terão de ir para escolas, muitas vezes, longe de casa e, no caso do 5º ano, transferir em 2023 para a rede municipal e em 2024 voltar para a rede estadual.
Os pais, alunos e professores merecem algo planejado, devidamente discutido e explicado; não algo imposto e colocado à força e de forma repentina. Por isso, a comunidade escolar precisa ser ouvida no seu grito pela aplicação do redimensionamento de forma gradativa ao longo dos anos.
E mais que justo já pensarmos que alunos que tem dificuldades de adaptação de quanto vão sofrer vamos com cuidados mudanças tem que ser planejadas que seja repensando esse assunto esperando compreensão dos responsáveis