Embora se trate de um problema bastante antigo em Rondonópolis, o transporte coletivo continua sendo “empurrado pela barriga” pelas gestões municipais. E, quanto mais passa tempo, mais difícil fica de reerguer esse falido sistema.
E podemos dizer que foi justamente a morosidade do poder público em propor soluções, em buscar uma transformação drástica no sistema, que o levou a atual situação: com redução de linhas e drástica diminuição no número de usuários.
Ao mesmo tempo que o transporte coletivo não se preparou, a cidade foi sendo influenciada a adotar o transporte individual, com o aumento da frota de veículos a partir da facilidade de financiamento e melhoria da renda, concorrência dos mototáxis e transporte por aplicativos.
Após as muitas tentativas frustradas de licitar a concessão do transporte coletivo, desde o final de 2018, a Prefeitura vem articulando a criação de uma autarquia própria para gerir e operar o transporte coletivo, apesar de não ter aberto o assunto para o devido debate junto à sociedade.
Nesse contexto, conforme já noticiado pelo A TRIBUNA, até a Câmara de Vereadores já autorizou o Município a contratação de R$ 20 milhões para a compra de ônibus. Ainda assim, infelizmente, vemos muita morosidade nesse processo que começou de trás para frente: primeiro com a aquisição dos ônibus, para depois conseguir concretizar a autarquia.
E, dessa forma, seguimos sem projeto bem fundamentado e sem perspectiva de voltar a ter um transporte coletivo forte e viável em nossa cidade. Ainda estamos aguardando a conclusão de um estudo sobre o sistema local encomendado pela Prefeitura, mas já podemos ver o óbvio: é arriscado investir dinheiro público em algo tão sucateado como nosso transporte coletivo.
Mas, no Brasil, dinheiro público é para essas coisas: para fingir que se faz algo de solução para algum problema mesmo que não tenha viabilidade!