Sob a alegação de inibir a corrupção, que sempre esteve presente no poder público, a burocracia foi tomando proporções gigantescas na sociedade brasileira e se tornou inimiga “número um” da eficiência na administração pública. E as muitas exigências, na verdade, nunca evitaram os desvios de dinheiro público e, além disso, engessaram o funcionamento do serviço público.
Percebemos essa realidade ao constatar a dificuldade da administração pública municipal em conseguir dar respostas em curto espaço de tempo às demandas da sociedade rondonopolitana. Muitas vezes, o Município quer fazer, tem o dinheiro em caixa ou a parceira acertada, mas a morosidade para concretizar as ações acaba por não atender à necessidade da população.
Os exemplos não faltam em nossa cidade. Quem não se lembra do acesso à Rua Dom Pedro II a partir da Avenida dos Estudantes que ficou quase meio ano fechado após a formação de uma erosão, considerando a morosidade em conseguir realizar o serviço pelo poder público, obedecendo os procedimentos e prazos legais necessários.
Essa dificuldade do poder público foi constatada agora pelo Grupo de Mulheres em Prol de Rondonópolis diante de melhorias realizadas no Aeroporto Municipal. Em três semanas, o grupo conseguiu arrecadar e investir recursos arrecadados entre as integrantes em uma obra de ampliação da sala de embarque e outros espaços. Agora, caso esse mesmo processo fosse executado pelo poder público, demoraria no mínimo seis meses.
O dia a dia deixa clara a necessidade da desburocratização das ações do poder público. Agora, mesmo assim, observamos que muitas cidades brasileiras conseguem dar respostas mais rápidas em termos de serviços e ações para seus cidadãos. Isso denota que a gestão pública em Rondonópolis precisa estar mais preparada para dar respostas à sociedade, com mais planejamento, qualificação e preparo dos servidores e decisões mais rápidas dos gestores.
Assim, a desburocratização das ações na esfera pública é uma bandeira que a sociedade organizada deve ter como prioritária, como forma de tirar a paralisia da gestão pública.
