Isolados no mundo virtual

A era da tecnologia que abre as portas para um mundo paralelo – a partir da tela do celular, do tablet ou do computador – leva a juventude deste início do século XXI a optar pelo isolamento no universo virtual. Neste mundo alheio à realidade, se organizam em tribos, e às vezes se identificam com práticas nada recomendáveis. A frustração e a dor coletiva gera índices alarmantes de jovens e adolescentes que se mutilam e que atentam contra a própria vida.
Nesse avanço frenético da tecnologia, em cada lar – adolescentes e jovens se trancam no quarto e limitam as relações com outros que também vivem isolados, nas telinhas do celular. Trocam o diálogo com a família, dentro de casa, ou com as pessoas próximas no meio social, como a escola, por um bate-papo truncado nas telas tecnológicas. Se jogam no abismo de desilusão e vivem dramas emocionais preocupantes. A conversa das abreviações pode levar para caminhos tortuosos, difíceis de percorrer e de retorno incerto.
Lá no mundo virtual, com os supostos amigos, não há compreensão com a dor do outro, nem há amizade, nem carinho e, muito menos, amor. O afeto sempre presente em cada gesto dos pais, e o olhar sempre terno de avós, não são encontrados nos bate-papos pelo celular. E a amizade sincera de um irmão que, às vezes discute e às vezes abraça, também não se reflete na virtualidade desse mundo paralelo.
Geralmente, quem precisa de apoio emocional, só encontra nesse mundo virtual buracos fundos por onde se escorregam em direção à perda de valores, medo dos amores e incerteza dos sabores. A vida parece se diluir e os sonhos parecem impossíveis. Sem o calor de um abraço aqui no mundo real, o alvorecer da adolescência é mais penumbra que luz e o raiar da juventude deixa de brilhar.
É preciso despertar esse jovem que se cala tenebroso, no calabouço do mundo virtual, e resgatá-lo para a vida real. Avante, meninos e meninas! Venham viver cá no mundo real. Deixem o vento brincar com seus cabelos e assoviar aos seus ouvidos. Brinquem! Venham rir do riso e vibrar de emoção. A vida do lado de cá, nesse mundo real, tem muito a oferecer!