Reforço na insegurança

A fuga em massa de presos registrada nos últimos dias, no Sistema Penitenciário de Mato Grosso, surge como um fator gerador de mais insegurança para a população do Estado que já convive com a alta incidência de assaltos, mortes violentas e tantos outros crimes. A notícia de presos soltos pelas ruas, na região de Rondonópolis e de Poconé, após as fugas ocorridas nos dias 10 e 15 de novembro, respectivamente, deixa comerciantes e empresários apreensivos e as famílias temerosas e aprisionadas em casa.
Com o reforço da insegurança causado pelos episódios de fuga, os cidadãos de todo Estado se isolam cada vez mais, atrás de muros altos, grades e aparatos de segurança eletrônica, enquanto os fugitivos ousam permanecer soltos. Fica cada vez mais raro a cordialidade de vizinhos se entreterem numa conversa, por mais rápida que seja, durante o encontro no portão, na hora de chegar ou sair de casa. As crianças dessa geração que já nasceram conectadas em brinquedos eletrônicos, longe do perigo, não escapam para a calçada, nem de brincadeira.
Pelo menos parte da população matogrossense está agora ainda mais encarcerada, em detrimento das fugas. O total de 61 presos escaparam da Penitenciária da Mata Grande, em Rondonópolis, no dia 10 de novembro, e da Cadeia Pública de Poconé, no dia 15. Fato que causa preocupação em todos os segmentos da sociedade.
A forma como ocorreu cada episódio de fuga em massa revela uma certa falta de atenção no sistema de segurança interna e externa das unidades prisionais no Estado. O que se observa neste sentido, no caso da Mata Grande, é o fato de uma bicicleta com explosivos permanecer encostada no muro daquela penitenciária, sem despertar a atenção dos responsáveis pela segurança interna e externa da unidade. Em Poconé, tudo indica que o número reduzido de agentes penitenciários, na hora de recolher os presos do banho de sol, facilitou a ação dos fugitivos. Com quem fica a responsabilidade por isso?