Promessas eleitoreiras

Em plena campanha eleitoral de 2016, em entrevista ao Jornal A TRIBUNA, o então candidato a prefeito Zé Carlos do Pátio anunciou, pela primeira vez, que, caso fosse eleito, acabaria com o “Pátio Rondon”, local destinado a apreensão de veículos irregulares.
Agora, depois de eleito e quase 11 meses no cargo de prefeito, sendo questionado pelos eleitores, Zé do Pátio descobriu que o cumprimento da promessa se torna quase impossível no momento diante da multa milionária por rescisão contratual relativa ao “Pátio Rondon”.
O interessante é que esse episódio mostra bem o comportamento dos nossos políticos em campanha. Eles fazem as promessas em período eleitoral sem saber se vão ter condições de cumprir, levando ao erro muitos eleitores que confiam nas mesmas.
O correto seria que os candidatos ou sua assessoria, como nesse caso do Pátio Rondon, tivessem o cuidado de verificar as limitações contratuais antes de prometer algo. Agora é fácil o prefeito vir e colocar a culpa no antecessor, alegando ter feito “amarração” que inviabiliza a quebra de contrato.
Ora! as condicionantes para a rescisão contratual dos serviços inerentes ao Pátio Rondon e Rotativo Rondon (este que explora o estacionamento público) já existiam bem antes da campanha eleitoral. Na dúvida, o melhor seria dizer da necessidade de analisar e discutir melhor o assunto. Uma coisa é ter o desejo de fazer algo, e outra coisa é ter condição de fazê-la!
São situações como essa que colocam em descrédito nossa classe política, que não se pautam em um plano de governo factível em campanha e vão falando o que bem querem. É hora do pleito eleitoral não ser mais palanque para achismos, ataques gratuitos e promessas que não têm condições de serem cumpridas.
Não por menos, cada vez mais, os brasileiros vêm se vacinando das promessas e projetos que surgem em época eleitoral. Afinal, o discurso é um, e a prática é outra!