Entre erro e acerto

Mais uma vez a população de Mato Grosso amanhece vendo o nome de nosso Estado sendo projetado a nível nacional, como uma grande “casa de ladrões”. A operação da Polícia Federal deflagrada anteontem (14) mostrou, novamente, que parecem sem fim as denúncias e os nomes de políticos, agentes públicos e empresários envolvidos nelas. Já temos conhecimento sobre o tamanho do rombo nas contas públicas, vimos um Tribunal de Contas praticamente destituído, deputados investigados e Assembleia Legislativa desmoralizada, além de importantes lideranças políticas tendo suas máscaras arrancadas. Os escândalos não param e a impressão que se tem é de que não sobrou ninguém. Podemos dizer ainda, que o pior está por vir, já que a delação do maior ficha suja do país, José Riva, também é aguardada. Ele que foi o maior parceiro de Silval Barbosa, tanto com ambos na Assembleia Legislativa quanto com Silval no Palácio Paiaguás.
Em Rondonópolis, desde quinta-feira, 14,  viaturas da Polícia Federal para todos os lados em busca de provas do cometimento de crimes por políticos da cidade. Até outro dia prestigiados cidadãos do Município, agora com policiais federais vasculhando suas casas. A pergunta que fica é: será que vale o constrangimento a si mesmo e aos seus familiares? Ou será que a ganância é tanta, que esses detalhes são meras “consequências” dos atos que são acusados de participar. Como será não poder mais frequentar os lugares de sempre? Conversar com os de sempre sem que algo mude? Como será perder o respeito e se tornar, aos olhos daqueles que até outro dia tinham admiração, uma figura que inspira repulsa? O poder cega, especialmente aqueles que não precisam dele.
Outro ponto notado na Malebolge é que a operação, embora necessária, ficou parecendo aos olhos dos matogrossenses uma ação midiática. Ela ocorre muito tempo após o conteúdo da delação de Silval Barbosa vir à tona. Será que aqueles que ainda não haviam destruído provas, acreditando que o ex-governador não abriria o bico, não tiveram tempo após o escândalo estourar para fazer isso? Parece um pouco inocente acreditar que não… Mas, melhor operação atrasada do que nenhuma operação.
A grande operação Malebolge era apenas um desdobramento da Ararath, apenas um. Chegamos a 12º fase dela e com a certeza de que novas virão, na nossa “Lava Jato Pantaneira”. Teremos novos escândalos, novas operações, novas desculpas esfarrapadas e, em 2018, novas eleições. Teremos coragem de eleger os de sempre?