Algo a ser discutido

Com a retirada da rodoviária de Rondonópolis da região Central da cidade, por algum tempo um terminal urbano funcionou no local e, depois, com demolições acontecendo pouco a pouco, não restou mais nada no local. Hoje, além dos pontos de ônibus e de táxi, e do posto policial da Companhia Central, o local serve apenas para comércio informal, estacionamento para ônibus coletivo e para quem quer fugir do Rotativo Rondon. À noite, a área é usada também para abrigar moradores de rua ou usuários de drogas.
É fato e unanimidade entre a população que é preciso encontrar uma solução para o local. A cobrança da sociedade é antiga, mas gestão pós gestão vem sendo empurrada com a barriga, e com uma enorme morosidade que só mesmo o poder público pode proporcionar. Já se falou em tantos projetos para a área, que quem ousa dizer que vai fazer algo já tem logo que lidar com a desconfiança da população.
O terreno da antiga rodoviária tem aproximadamente 10 mil metros quadrados. Um local enorme, de valor incalculável, em porque além de ser em área nobre, está bem no coração de Rondonópolis. Por isso, tudo que for pensado em se fazer por lá, tem que ser muito bem estudado e avaliado.
Surge então a proposta do Governo do Estado de construir o Ganha Tempo na área. A obra deve ocupar no máximo 2 mil metros quadrados. Para o Estado, é cômodo. Área nobre, de fácil acesso e um terreno cedido pelo Município. E para Rondonópolis? Seria o melhor a ser feito?
O Ganha Tempo pode ser construído em outra área indicada, onde ficava o antigo Posto de Saúde da Vila Guanabara. Mas, e para o Centro? Será uma construção que em volta terá aquele mesmo cenário? Neste ponto, há de se concordar com o raciocínio do atual prefeito, em ceder a área somente com a garantia de que os 10 mil metros serão ocupados por construções, oferecendo serviços para a população e o paisagismo que se espera para aquela localidade. Certamente, a empresa envolvida na Parceria Público Privada (PPP) não vai querer arcar com a construção de biblioteca, teatro e praça!
Por isso, o momento é de atenção, de negociar e buscar uma saída que satisfaça o Município de Rondonópolis. Não se pode entregar a área mais nobre da cidade sem contrapartida, como não se pode mais manter a antiga rodoviária da forma que está hoje, onde até varais de roupas são visualizados. Discernimento e compromisso com a coisa pública serão fundamentais nessa negociação.