Até quando vamos conviver com isso?

Infelizmente, em Rondonópolis, toda época de estiagem é a mesma coisa: somos vítimas das queimadas. Muitas vezes elas são criminosas, em total desrespeito ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Anteontem (28), a cidade amanheceu coberta por fumaça, trazendo incômodo para muita gente, simplesmente porque um cidadão resolveu incendiar uma área de pastagem próxima a Vila Mineira. A suspeita de incêndio criminoso é grande, parecendo inclusive que o ateador estava brincando com o Corpo de Bombeiros. Os militares apagavam o fogo, iam embora, e em pouco tempo o chamado para apagar o incêndio novamente acontecia. Talvez uma travessura de crianças? Pode ser. Talvez o proprietário da área querendo limpar o pasto? Não se sabe. Talvez uma pessoa com níveis estratosféricos de imbecilidade e falta de educação? Provavelmente.
O fato é que, felizmente ventou bem, e a fumaça se espalhou. Mas o tempo em que esteve no céu rondonopolitano foi o suficiente pra prejudicar muita gente, principalmente as que sofrem com problemas respiratórios. Além das queimadas criminosas, nós sofremos com as que acontecem em razão das altas temperaturas e da baixa umidade que ocorrem acidentalmente.
Há outros fatores, no entanto, que contribuem para o agravamento da situação e potencialização do perigo de grandes incêndios como o ocorrido anteontem: a prática de atear fogo em objetos velhos e lixos nos locais baldios, nos quintais, nas calçadas, nas ruas e avenidas, por exemplo. Isso resulta em mais poluição e aumento da sequidão, gerando a fuligem e o desespero de quem tem dificuldade pra respirar. E vale lembrar, é crime.
O problema vem de todos os lados, dos que na cidade não se conscientizam, dos que no campo não temem os desastres que podem acontecer. Necessário se faz a conscientização, sensibilidade e a educação da população. E para os criminosos, que também aconteça a séria punição por esses atos maldosos difíceis de aguentar. Se não aprendem por bem, que seja pelo bolso ou até pela cadeia.
As queimadas causam danos à saúde das pessoas, a fumaça e o fogo acarretam perigos incontáveis. O fogo destrói a vegetação, mata animais, ao escapar do controle atinge o patrimônio público e privado. A fiscalização fica comprometida porque é realmente difícil prever quando o bom senso do ser humano não vai funcionar, nesta parte, a população pode colaborar. Não vale só reclamar, é preciso, sabendo quem foi, denunciar os que insistem nesta prática cruel e criminosa.