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Rondonópolis
 
 

Números de uma guerra

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Em média, um brasileiro é assassinado a cada 9 minutos. É o que mostra o Atlas da Violência 2016, divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2014, ano de análise do levantamento, houve 59.627 homicídios no Brasil, ou 29,1 mortes a cada 100.000 habitantes.
Para se ter uma ideia, 10% de todos os homicídios do mundo se deram no Brasil, de acordo com o estudo. Em dez anos, o total de homicídios no País cresceu 21,9%. Mais uma vez, o Estado de Mato Grosso aparece com números alarmantes, estando entre os mais violentos do Brasil.
Rondonópolis também segue como uma cidade violenta e com altas taxas de crimes contra vida. O Atlas, que avaliou a microrregião de Rondonópolis, apontou a taxa em 2014 de 51,32 para cada 100 mil habitantes, enquanto cidades do mesmo porte e com mais que o dobro de moradores em sua microrregião, registram uma média de 15,28. Vale lembrar que a cidade, em outro estudo divulgado em 2015, apareceu em 3° lugar entre municípios do Centro-Oeste com a maior taxa de homicídios e líder quando se fala em mortes por arma de fogo.
Mas se Rondonópolis sempre desponta nas listas de violência do País, por que temos a sensação de que tudo está “normal” por aqui? Um Município que não toca no assunto violência, apenas gosta de lembrar que a Segurança Pública é de responsabilidade do Estado. Um Estado que por anos sucateou as forças policiais deixando a cidade ao Deus-dará. É fato que o atual governador, conforme prometeu em campanha, vem melhorando a situação. Mas, ainda estamos muito longe do ideal. Temos poucos policiais, poucas viaturas, poucas armas, poucos coletes… E por aí vai.
É preciso lembrar também que segurança depende de diversos outros fatores, como educação e oportunidades. A desigualdade social, o abandono escolar, a falta de acesso à cultura, saúde, emprego, entre tantos outros segmentos, devem ser levados em conta. Se as oportunidades fossem outras, tantos pessoas morreriam de forma violenta?
Em todos os dados, os jovens e negros são os que mais aparecem como vítimas dos homicídios. Sempre haverá alguém pra dizer que “esse já nasceu ruim”, “esse é bandido porque quer”, “esse teve tudo e não soube aproveitar”, “entrou nas drogas porque quis”…
Realmente, existem os ‘esses’! Mas, a grande maioria, são pessoas sem nenhuma estrutura familiar e que por uma situação ou outra, acabam como vítimas de todo um sistema falho.
Todas as políticas públicas precisam ser repensadas, avaliadas e realmente implementadas, para que a segurança em Rondonópolis e em Mato Grosso comece a ter números mais compatíveis com um Estado de paz.

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