Medida insensata

O Governo do Estado no comando do governador Pedro Taques já começou com medidas que vêm dando o que falar. Um dos primeiros atos como governador foi a assinatura de decreto suspendendo por 90 dias contratos de obras, aquisição de materiais e produtos, além de prestação de serviços. A medida foi tomada em nome da lisura da coisa pública, diante de diversas denúncias de irregularidades levantadas acerca da gestão anterior.
Convém falar que ninguém é contra a apuração e auditoria dos contratos que venham apontar crimes contra a administração pública. No entanto, não podemos deixar de falar da falta de insensatez, à primeira vista, diante da interrupção dos serviços de manutenção e conservação das estradas estaduais. Somente no final de janeiro e início de fevereiro é que ações emergenciais de tapa-buracos foram anunciadas pela atual gestão, num plano em parceria com as prefeituras municipais.
Estamos abordando essa situação para relembrar que, em campanha, o hoje governador Pedro Taques disse que administraria Mato Grosso, corrigindo os erros, “como se troca de pneu com carro andando”, a fim de que a população tivesse o mínimo de transtornos possíveis. Os primeiros decretos, como verificado, infelizmente, mostraram o contrário. Mesmo em dificuldades financeiras, esperava-se que a manutenção/conservação das nossas estradas estaduais, em um cenário caótico, fosse um dos primeiros anúncios de agilização.
Quem sofre com a falta de priorização do setor logístico em Mato Grosso é a população, que, além das perdas econômicas, continua pagando esse descaso com a própria vida. Um exemplo disso é a situação da MT-344, rodovia estadual que liga as cidades de Jaciara, Dom Aquino, Campo Verde e, depois pela MT-251, ligando Campo Verde, Chapada e Cuiabá. A situação da MT-344 é de muitos buracos – problema que vem de anos. Neste início de semana, um jovem de Rondonópolis perdeu a vida por causa do mau estado de conservação dessa rodovia, por causa de um buraco.
A negligência e inoperância do Governo do Estado tem resultado em tragédias como esta, interrompendo sonhos de jovens com um futuro todo pela frente. É de se aguardar que a postura do novo governo seja de modificar, com urgência, essa triste realidade das rodovias estaduais. Um estado como Mato Grosso, que depende das estradas para sustentação da sua economia, não pode colocar as rodovias estaduais em segundo plano, sob a pena de mais tragédias e prejuízos continuarem ocorrendo…