Se já não bastasse a insegurança generalizada que percorre as ruas na zona urbana, a rural também não está imune. A apreensão de produtores e fazendeiros de Norte a Sul de Mato Grosso é compreensível, pois já se somam mais de 40% em prejuízos oriundos de ação criminosa. Roubos e furtos de defensivos agrícolas em quase todo o Estado, produtos fundamentais à saúde da lavoura.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), no levantamento de maio deste ano, os defensivos somaram R$ 603,64 por hectare. O percentual acima citado é justamente o calculado em despesa gerada pela compra e utilização do defensivo agrícola, e custa muito. Trata-se de fungicidas, herbicidas, inseticidas e adjuvantes. Produtos surrupiados a rodo, ou melhor, arrastão, no termo popularmente utilizado.
Quanto à segurança, se nas cidades não funciona, imaginemos no campo. A verdade é que não há estrutura policial forte, com efetivo e equipamento capazes de combater tal nível de criminalidade. Imobilidade nos investimentos, entrave no policiamento de estradas rurais. E como fica quem produz? Age como pode, nem sempre como deveria.
Casos comuns de justiceiros do campo. Ali se rouba e ali mesmo se resolve. E o mais triste é que esta prática seja, ou melhor, tenha a obrigação de ser encarada como justificável. Assistimos, de dentro e fora da zona rural, barbáries semelhantes as do período feudal imposto à sociedade após a queda do Império Romano, época em que a terra sangrava envolta de conflito, invasão e guerra. É preciso que avancemos no tempo, que se tenha segurança para produzir e colher, pois há sim recurso para ser investido. Com menos do que se rouba na lavoura equipa-se a tropa policial. Benefício a curto, médio e longo prazo. Vida enfim segurar à já tão próspera agricultura.
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