Há décadas que o traçado da então Ferronorte colocava o município de Rondonópolis na rota dos trilhos da ferrovia. O sonho esteve dormente (que não é o dos trilhos) por muito tempo. No final dos anos 90, a ferrovia chegou em solo mato-grossense, a partir de Alto Taquari. Em 2003, o terminal de Alto Araguaia foi mais um passo importante e, desde então, esse grande modal de transporte ficou mais próximo de se tornar realidade em Rondonópolis.
Após pressão do governo Lula, estipulando prazos para a ferrovia chegar a Rondonópolis, os trabalhos avançaram com mais celeridade. Felizmente, os trilhos da ferrovia já chegaram e agora está quase tudo pronto para a inauguração do terminal ferroviário de Rondonópolis, que promete ser o maior da América Latina. Inclusive, o Jornal A TRIBUNA noticiou ontem que a concessionária da ferrovia obteve a licença de operação para o começo do funcionamento do referido terminal. Agora falta apenas o alvará de funcionamento por parte da Prefeitura.
No começo do ano, o prefeito Percival Muniz até que ameaçou não liberar o alvará de funcionamento para o terminal caso não houvesse, ao menos, a autorização ou garantia de recursos para a duplicação da BR-163 no acesso ao empreendimento. Infelizmente, o terminal está prestes a funcionar e não há nenhuma garantia de recursos para as obras de duplicação nesse trecho de 25 quilômetros de acesso ao empreendimento. O projeto de duplicação está pronto, mas os recursos não estão assegurados.
Em função dessa situação, o começo da operação desse grandioso terminal ferroviário vai se dar sem condições logísticas adequadas. Ainda não estamos no período do auge do escoamento da safra, mas, a partir de fevereiro de 2014, a tendência é que o caos se instale nas estradas da nossa região, travando inclusive o tráfego de veículos no perímetro urbano de Rondonópolis. Para piorar, o empreendimento começa a operar sem que as obras da travessia urbana da BR-364 estejam concluídas. Outro complicador é que a BR-364 entre Rondonópolis e Jaciara está em obras de duplicação.
O quadro realmente é de preocupação. As nossas autoridades tiveram décadas de anos para providenciar a infraestrutura de acesso ao terminal de Rondonópolis, mas não o fizeram. Agora é enfrentar o caos a ser instalado rumo ao empreendimento. A concessionária do terminal terá de ter um controle muito rígido e eficiente de carga e descarga para evitar que as filas se prolonguem ao longo da rodovia. Vamos esperar ainda que toda infraestrutura de recepção e apoio prometida aos caminhoneiros seja garantida no terminal ferroviário.
Ademais, é pressionar nossas autoridades para que os recursos para duplicação da BR-163 no acesso ao empreendimento sejam viabilizados.