A pressão da população que tem saído às ruas com as mais diversas reivindicações, que vão da área de saúde, educação, transporte e segurança, além do combate à corrupção, entre outras, já começou a surtir efeito nos poderes legislativo, executivo e judiciário. Anteontem, diante da pressão popular, os deputados derrubaram a PEC 37, que limitava o poder de investigação do Ministério Público. No Senado, Renan Calheiros decidiu que os projetos que fazem parte do pacto anunciado pelo executivo serão votados, mesmo que seja necessário cancelar o recesso parlamentar. Ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), o que não ocorria desde 1988.
O movimento que tem levado milhares de pessoas às ruas vem surtindo efeito, mas parece que deputados, senadores e ministros ainda não puderam compreender exatamente o que as pessoas querem e por isso vão atirando para todos os lados com o intuito de agradar os descontentes e tentar abafar os protestos que continuam ocorrendo pelo País.
Esse desnorteamento das autoridades é claro, pois os manifestantes cobram soluções para as mais diversas questões, e muitas delas não podem ser atendidas com um pacote anunciado e tampouco com um projeto de lei. Daí se vê situações como as que estão ocorrendo. Derruba-se a PEC 37, porque os manifestantes se mostraram contrários a ela, aprova-se a MP dos royalties do pré-sal para a educação, porque a população quer educação de mais qualidade, e assim vai, e manda-se prender um deputado condenado por peculato e formação de quadrilha em desvios de dinheiro da Assembleia Legislativa de Rondônia, porque a população cobra o combate à corrupção.
Contudo, até o momento, não se pode avaliar até onde chegarão as manifestações, nem até quando. Também não se pode avaliar como os políticos continuarão respondendo à elas. Até agora, estão tomando atitudes rápidas e em alguns casos até apressadas, como o anúncio da presidente Dilma Rousseff em fazer um plebiscito para definir sobre a abertura de Assembleia Constituinte. Decisão, que de tão apressada, somente durou um dia, até o próprio Governo voltar atrás.
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