Urgência na saúde

O descaso do Governo do Estado com a saúde pública de Rondonópolis  se agrava a cada dia e precisa ser resolvido com urgência. Como se não bastassem os atrasos nos pagamentos à Santa Casa de Misericórdia e Maternidade e à saúde básica municipal, agora até mesmo a Organização Social de Saúde (OSS) São Camilo, administradora do Hospital Regional, também não está recebendo do Governo e ameaça romper o contrato.
A situação está mesmo crítica. Faltam vagas de Unidades de Terapias Intensivas: as vagas para adultos são limitadas, as neonatal insuficientes e as infantis nem mesmo existem. Problemas que já causaram mortes de pacientes. Além disso, exames de alta complexidade ainda precisam ser feitos em Cuiabá, mostrando a centralização da saúde na Capital.
A falta de estrutura de alta complexidade aliada aos atrasos nos repasses que envolvem também a atenção básica à saúde só fazem com que o problema venha se agravando cada vez mais. São filas para UTIs, filas para exames, filas e filas. E, a população, que tem direito ao acesso à saúde, fica desamparada.
Atualmente, virou comum em Rondonópolis mães e pais chorando enquanto aguardam a transferência de crianças para uma UTI infantil. Somente em 2012, 10 morreram esperando uma vaga que não veio. Na UTI neonatal, os leitos também não são mais suficientes para atender a demanda e pais e mães de recém-nascidos que necessitam de UTI passaram a engrossar o coro dos pais que choram, sem poderem fazer nada, enquanto esperam por vagas.
Em uma condição como esta em que a cidade passa, é fundamental que o poder executivo e os poderes legislativos, inclusive com o apoio da sociedade civil, se unam para buscar soluções imediatas que atendam os problemas urgentes e de médio prazo e para que a falta de infraestrutura na alta complexidade não cause mais perda de vidas. Não se pode compreender que um Estado com as riquezas de Mato Grosso permita a morte de seus filhos pela má qualidade da saúde que lhes impõe.
A esperança é que o governador Silval Barbosa, presente hoje na cidade para o ato de assinatura do contrato da duplicação da BR-364 pelo ministro dos Transportes, César Augusto Borges, possa dar uma boa notícia para o problema da saúde em Rondonópolis.