A demissão de 1,5 mil servidores contratados, anunciada pelo prefeito Ananias Filho (PR) e divulgada pelo A TRIBUNA, na semana passada, é sem dúvida algo polêmico e que precisa ser analisado com profundidade.
O prefeito sabe que precisa com toda a urgência ajustar a máquina para entregá-la ao seu sucessor, o prefeito eleito Percival Muniz. A máquina pública, como todo o cidadão de Rondonópolis sabe, sempre foi inchada e nos últimos anos esse inchaço aumentou e muito, basta ver o crescente número de contratos que o município tem com servidores. Os contratos que no primeiro momento foi uma solução para suprir a demanda de vagas no serviço público e sem a necessidade de concurso, e ainda com a vantagem de abrigar aliados e cabos eleitorais, podem ter virado um grande drama para o atual gestor (que não é o responsável pela maioria desses contratos), para o seu sucessor e a cidade no geral, pois mostra a fragilidade do setor do serviço público.
Por outro lado, é preciso deixar claro que Ananias se baseia em uma decisão judicial para fazer os cortes e também na necessidade de entregar as contas da prefeitura zeradas para Percival, até mesmo pelo fato de que o gestor pode ser punido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
No entanto, a preocupação é que se criou uma grande dependência estrutural em Rondonópolis com relação aos contratados, pelo volume pequeno de servidores de carreira que o município tem.
Se as demissões continuarem neste ritmo a máquina pública, principalmente na saúde, que é um setor chave, tende a travar e com isso alguns serviços poderão nem ser executados, gerando desgaste e prejuízos para toda a população.
Resta torcer para que o estrago não seja tão grande, como pelo menos está parecendo ser, e que a população não sofra tanto nesses meses finais do ano.
Por outro lado é preciso que Ananias deixe pelo menos um grande concurso público encaminhado para que o próximo gestor tenha um tempo mínimo para suprir os espaços da gestão que estão desguarnecidos, sem a necessidade de se fazer novos contratos, como ocorreu no passado, e novamente engessar a máquina pública.
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