

Usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), em Rondonópolis, externaram ao A TRIBUNA reclamações quanto à demora para conseguir marcar consultas com médicos especialistas.
As queixas vêm à tona logo após a vereadora Kalynka Meirelles (Republicanos) denunciar, conforme noticiou este jornal, recentemente, que médicos especialistas contratados pelo município, por meio de chamamento público, estão sem receber os seus salários integralmente desde o mês de agosto.
Há relatos de pacientes repassados à reportagem atestando que tiveram suas consultas no Centro de Especialidades, Apoio e Diagnóstico Albert Sabin (Ceadas) suspensas por falta de oftalmologista, reumatologista, endocrinopediatra, proctologista, entre outras especialidades.
Para piorar a situação, conforme esses pacientes, não há informação alguma por parte da secretaria municipal de Saúde de quando serão remarcadas as consultas.
“O pior é que não tem nem previsão de retomar os atendimentos”, lamentou um usuário, pedindo ajuda deste veículo para cobrar providências urgentes do poder público municipal.
Ao fazer a denúncia de que médicos especialistas que prestam serviços para o município estavam sem receber o salário integral até agosto, a vereadora Kalynka relatou, na semana passada, que recebeu a ligação de um familiar de um idoso de 80 anos desesperado por ele ter que ficar esperando para fazer uma simples drenagem do pulmão, pois o município estava sem médico-cirurgião.
Em reportagem publicada ontem, a vereadora informou que a Prefeitura de Rondonópolis ainda não havia acertado o pagamento de médicos especialistas que prestam serviços ao município no Ceadas por meio de chamamento público.
Procurada pela reportagem, a prefeitura informou, por meio de sua assessoria, que o oftalmologista está de férias e que não há suspensão do atendimento de consultas com o endocrinopediatra.
Sobre a falta de médicos especialistas, a presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, vereadora Marildes Ferreira (PSB), disse ao A TRIBUNA que vem acompanhando o problema e cobra da Secretaria Municipal de Saúde uma solução urgente.
Segundo ela, a informação recebida do município é que alguns especialistas deixaram de atender, pois os contratos, seja por meio do chamamento público ou via Consórcio Regional de Saúde Sul de Mato Grosso (Coress), venceram e o município já estaria preparando a recontratação.
“Tenho cobrado da secretária de Saúde a regularização dos novos contratos com urgência. Pois, a população, que necessita de consultas especializadas, não pode interromper o tratamento. Além do que, novas consultas também têm que ser feitas”, enfatizou.
Na sessão de ontem (8), vários vereadores falaram sobre o assunto. José Felipe Horta (Podemos), que é médico, observou que não adianta o município investir em ampliar a sua estrutura se não tiver profissionais para atender a população “com qualidade e resolutividade”.
Pra que médico se temos praças, isto é uma vergonha.