1- SENHORAS E SENHORES,
voltamos a falar sobre o cenário político rondonopolitano da semana, onde tudo se converge para a discussão sobre os pré-candidatos a prefeito, que estarão concorrendo às eleições municipais de 2024.
Como o Papo já levantou a bola lá atrás, dois caciques políticos estaduais estarão participando de todas as articulações para a formação dos grupos que definirão seus candidatos, são eles os senadores Carlos Fávaro e Wellington Fagundes, ambos de olho nas eleições de 2026, quando disputarão o governo de Mato Grosso.
De um lado, o ministro da Agricultura, senador Carlos Fávaro, com carta branca dada pelo presidente Lula e amplo apoio dos maiores empresários do agro mato-grossense (que inclusive estão se dando muito bem com os recursos destinados pelo Ministério da Agricultura para o setor), está se articulando em todos os municípios para se fazer presente nas indicações dos candidatos a prefeito.
E foi justamente com a intervenção de Fávaro, maior liderança do PSD no Estado, que o vice-prefeito de Rondonópolis, o Aylon Arruda, “chutou o pau da barraca” pelos lados da Direita aqui no município e voltou com “mala e cuia” para os braços do prefeito Zé do Pátio, inclusive criando um mal-estar dentro do seu PSD, que ultimamente se caracteriza mais como partido da Direita no cenário local.
Filiados como o ex-presidente da CODER, o Capitão Argemiro Ferreira, querem o PSD no arco de aliança de oposição ao candidato do prefeito Zé do Pátio.
A expectativa é como será acomodada essa situação, pois o novo presidente do diretório local, ex-vereador Olimpio Alvis afirmou em entrevista ao A TRIBUNA, que o Aylon tem o respaldo da direção do PSD para pavimentar a sua pré-candidatura alinhada com as chamadas “forças progressistas”.
Como a Coluna anda percebendo, o PSD vai ter mesmo que “engolir” a coligação com o grupo da Esquerda. Até o deputado Nininho, que procurava unir as forças das pré-candidaturas da Direita, para ter um único candidato como oposição à Esquerda, andou sumido um bom tempo, mas agora já demonstra concordar com o presidente Regional da sigla, Carlos Fávaro, com vistas ao projeto de 2026, e deve apoiar o Aylon no grupo do Zé do Pátio.
NO ENTANTO, A COLUNA
não vê vida fácil para o Aylon Arruda no grupo do prefeito. Dificilmente, mesmo com o aval do Ministro Fávaro, ele vai conseguir se tornar o candidato a prefeito da Esquerda na cidade.
Tem ainda o empresário do agro, Carlos Augustin, o Teti, que se filiou ao PT para ser candidato a prefeito, mas ainda sem visibilidade política; além do escudeiro Paulo José Correia, que é o que mais se identifica com o Zé do Pátio, e vem fazendo um trabalho desde o final do ano passado como o pré-candidato à sua sucessão.
Paulo José, que é o presidente do SANEAR, está sempre presente em todos os atos públicos municipais, desde as andanças pelos corredores de Brasília, em buscas por verbas para a Prefeitura (e não só na área de saneamento), como em reuniões e inaugurações de obras todas as semanas ao lado do prefeito e de sua aguerrida militância, liderada pelos famosos kamikases.
Nas atuais condições, mesmo com as dificuldades do Zé do Pátio em transferir votos para os candidatos que ele apoia, o Paulo José é o que mais se aproxima do eleitorado do prefeito.
O Aylon ainda tem a seu desfavor a desconfiança da militância patista, devido a sua dúbia posição, quando desde o ano passado se contrariou com ações da administração municipal, deu entrevistas diversas pela imprensa criticando o Zé, e agora, vendo a impossibilidade de disputar a Prefeitura como adversário, pelo lado da Direita, volta a anunciar uma possível reedição do projeto das eleições municipais de 2019, quando o seu PSD fez a dobradinha de chapa com o Solidariedade, então partido do Zé, se elegendo vice-prefeito.
Mas, Senhoras e Senhores, o Paulo José é mesmo o pré-candidato preferido do Zé do Pátio. Além de tudo é um velho compromisso de companheiros, que já deveria ter sido cumprido em outras campanhas, como para deputado federal ou para deputado estadual, e sempre na hora H o fiel escudeiro Paulo José se abdica da sua candidatura para atender acordos políticos do líder Zé do Pátio – como ocorreu nas eleições passadas, quando ele deveria ser candidato a deputado estadual e acabou cedendo o posto para o Roni Magnani.
Como sabemos que o jogo da política não é para amadores, ainda teremos muito tempo para discutir esse processo de pré-candidaturas a prefeito de Rondonópolis, tanto por parte da Esquerda como da Direita.
2- E POR FALAR NO OUTRO LADO,
a coisa também não está nada definida na Direita. Nesta semana, o presidente Regional do PL, Ananias Filho, em entrevista em Cuiabá, acabou jogando gasolina na fogueira em relação ao convite de filiação ao PL feito ao deputado estadual Thiago Silva, que é o pré-candidato a prefeito do MDB.
Não foi bem digerido pelos emedebistas o termo usado pelo Ananias, de que o Thiago é um político “nem-nem”, ou seja, não é de Esquerda e nem de Direita. Na verdade, o que se percebeu foi um pouco de ciúmes do Ananias em relação ao Diretório Municipal, presidido pelo Jean Carlos Lino, que se reuniu com Thiago Silva e fez o convite para a sua filiação. Como a Coluna já comentou na edição passada, hoje não existe nenhuma possibilidade do deputado Thiago deixar o MDB, e dificilmente ele deixará de ser candidato a prefeito no próximo ano.
Como o Ananias já pregou que o PL será protagonista nas eleições para prefeito, ou seja, terá o seu candidato, e vem arregimentando filiações para isso, como as de Luizão, Bonoto, deputado Cláudio (que ainda não se definiu entre o PL e o UB), restam os pré-candidatos Thiago Silva e o ex-prefeito Adilton Sachetti, mas a tendência é que nenhum desses dois últimos se filiem ao PL, e nesse quadro as eleições não ficarão restritas apenas aos dois pretendidos candidatos da Esquerda e da Direita.
NESSE CLIMA DE
descontentamento com o Ananias por parte do MDB, que terá agora a deputada estadual Janaína Riva como a toda poderosa secretária do seu Diretório Regional – que continuará com o velho cacique Carlos Bezerra na presidência -, surgiu aqui pelas bandas da Terra de Rondon que o vereador do partido, o Adonias Fernandes, pretende, nada mais, nada menos, do que conseguir o apoio do prefeito Zé do Pátio à candidatura de Thiago Silva.
Acontece que o Adonias sempre teve um grande relacionamento com o Zé do Pátio, nunca o faz oposição na Câmara Municipal, e vislumbra que o Zé terá dificuldades de fazer o seu sucessor, e daí esse seu sonho de conseguir do amigo, que é uma cria do MDB de Bezerra, esse improvável apoio ao candidato do MDB.
Voltamos a afirmar que em política tudo é possível – nas passadas eleições presidenciais o Geraldo Alckimin saiu do PSDB para se filiar ao PSB e ser o candidato a vice-presidente do Lula, e subiram no mesmo palanque, discursaram e pediram votos, acabando eleitos. Portanto, o sonho do Adonias também poderá acontecer…por que não?
