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, 16 junho 2024
 
 

Pilotos são libertados e relatam drama

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Evandro Rodrigues e Rodrigo Frais ficaram 40 dias em poder de traficantes, na Bolívia
Evandro Rodrigues e Rodrigo Frais ficaram 40 dias em poder de traficantes, na Bolívia

O piloto Evandro Rodrigues de Abreu e o copiloto Rodrigo Frais Agnelli falaram, durante 15 minutos, com a imprensa ontem (30), após desembarcarem no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande. Ambos descreveram que os 40 dias em que estiveram desaparecidos foram vividos com “muito sofrimento”.
Eles haviam sido sequestrados, durante a campanha eleitoral, no aeroporto municipal de Pontes e Lacerda. Relataram que foram mantidos reféns por dois brasileiros na Bolívia e, durante esse período, os criminosos negociavam a venda da aeronave para traficantes de drogas.
Os pilotos foram libertados na terça-feira (28) e caminharam mais de um dia, passando por três cidades bolivianas. Depois, pegaram carona e na madrugada desta quarta-feira (30) chegaram em Guajará-Mirim (RO), divisa entre o Brasil e o país vizinho. Lá, entraram em contato com a polícia daquela cidade e família. Nesse momento, os pilotos disseram ter acreditado que, de fato, não estavam mais em poder dos criminosos.
A aeronave pertence à família Riva e estava sendo usada por Janete Riva (PSD) durante a campanha dela ao governo do estado quando foi roubada. Na data do crime, o piloto e o copiloto aguardavam a então candidata para seguir viagem de Pontes e Lacerda a Vila Bela da Santíssima Trindade. Eles foram abordados pelos criminosos e obrigados a voar para a Bolívia. Para evitar o rastreamento do avião, mandaram que o piloto voasse em ‘ziguezague’.
No aeroporto, os pilotos contaram que a sensação é de renascimento. “Nós renascemos depois desse sequestro”, declarou Evandro. Porém, alegou que ele e o companheiro não foram maltratados pelos sequestradores e que ainda se alimentaram bem, considerando a situação em que estavam. Em um dos locais que ficaram, tinha até mesmo uma cozinheira para preparar a refeição dos criminosos e deles.
Os dias foram tensos, segundo Rodrigo, porque eles não sabiam se iriam voltar para casa. “É difícil o estado emocional, pensar no que irá acontecer”, disse. Já Evandro afirmou que acreditava que os pilotos iriam trazê-los de volta ao Brasil, após a venda da aeronave. “Acredito que eles nos deixariam de volta em casa”, frisou. Para o piloto, a demora na liberação se deu por conta de falhas na venda da aeronave.
A libertação, segundo as vítimas, ocorreu após desentendimento entre os sequestradores da aeronave e os traficantes que estariam comprando o avião. Por conta desse ‘desacordo comercial’, os criminosos mantiveram reféns os mecânicos contratados pelos traficantes para descaracterizar a aeronave. “Eles liberaram para a gente sair porque estava ficando perigoso. A gente caminhou pela mata e seguimos por uma trilha. Tivemos medo de pedir informações para as pessoas de lá e continuamos andando”, contou Rodrigo.
“Os compradores se irritaram com ele [um dos criminosos] e pedimos para ele nos liberar porque se não iria ficar ruim para todo mundo. Ele disse que era para eu seguir o meu coração”, relatou Evandro. Pelo que acompanhou, ele entendeu que a aeronave não havia sido encomendada pelos traficantes, mas roubada para então ser oferecida a eles.
Eles passaram pela cidade de Santa Rosa e Riberalta, onde conseguiram uma carona para seguir até Guajará-Mirim. Após a liberação, os pilotos não procuraram a polícia boliviana.
Aeronave
Dono da aeronave, o deputado estadual José Riva (PSD) disse ter entrado em contato com a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) para tentar recuperar o avião. Agora, segundo ele, é possível ter noção do local onde a aeronave se encontra.

Pilotos falam dos momentos mais difíceis

Abalados fisicamente – com cerca de 10 kg a menos – e, ao mesmo tempo, felizes por estarem de volta sem ferimentos, os pilotos Evandro Rodrigues e Rodrigo Frais Agneli, foram recebidos com festa no hangar da empresa Aliança Táxi Aéreo, no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, na tarde desta quinta-feira (30). Um dos momentos mais difíceis, passados durante o cárcere, foi a falta de alimentação.
Segundo Evandro, em uma das casas onde eles ficaram, havia uma cozinheira, mas a maior parte do tempo, comiam apenas “arroz num copo descartável”.
“Em uma casa, tinha uma cozinheira e a comida era normal. Mas, teve dia em que comemos somente arroz branco, num copo descartável. Passamos fome alguns dias, mas não fomos maltratados verbal e nem fisicamente”, disse Evandro Rodrigues.
Abraçados e sorrindo. Assim os parceiros de voo desceram do avião fretado pelo deputado José Riva (PSD) para resgatá-los em Guajará-Mirim (distante 333 km de Porto Velho, capital de Rondônia), no aeroporto, na Cidade Industrial.
Eles foram recebidos pelos parentes e amigos, que levaram faixas de boas vindas. Evandro e Rodrigo choraram ao rever os filhos e as esposas. Em coletiva de imprensa, eles falaram pouco sobre o tratamento e, principalmente, da convivência, no dia a dia, com os traficantes que os sequestraram e roubaram o King Air, pertencente à família do deputado estadual José Riva. “Ficamos a mercê deles, sem celulares e sem comunicação com ninguém”, disse Evandro, que era o comandante da aeronave, durante a campanha de Janete Riva (PSD) ao Governo de Mato Grosso, há 40 dias.

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