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Artimanhas usadas para burlar a segurança

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–> LIBERADO –> Quando o assunto é e entrada de droga na Penitenciária “Eldo Sá Correa”, a Mata Grande, o que não falta é criatividade por parte daqueles que estão cumprindo pena naquela unidade prisional ou das pessoas que, do lado de fora do presídio, dão suporte aos que estão atrás das grades.
Segundo o novo diretor da Mata Grande, Agno Sérgio Silva Ramos, os detentos e pessoas ligadas a eles que estão fora das unidades prisionais, usam as mais diversas artimanhas para que a droga chegue dentro das celas. “Nestes nove anos que tenho de serviços prestados, somente em unidades prisionais, já presenciei e inibi artimanhas inacreditáveis no sentido de burlar a segurança”.
Ele conta que em uma unidade prisional do norte do Estado, observou que um determinado preso sempre recebia várias pencas de bananas. Em um dia de visita, ele decidiu fazer a revista nas bananas. “Logo quando peguei as frutas percebi uma mais cheinha e, quando abri, estava recheada de maconha. Após a prisão da pessoa que tentava entregar a droga, descobrimos que com o uso de um estilete ela retirou o miolo da banana, recheou de droga e colou a casca com cola instantânea”, disse o diretor.
De acordo com o diretor da Mata Grande, a forma mais usada pelas pessoas para colocar drogas e celulares dentro das unidades prisionais continua sendo a introdução dos objetos em partes íntimas do corpo.
No último dia 13 de junho, os agentes penitenciários promoveram uma revista no anexo da Penitenciária da Mata Grande, unidade onde ficam os presos que ainda aguardam por julgamento da Justiça – a Cadeia Pública. Foram retirados 89 aparelhos de celulares, 21 chips, 160 petecas de cocaína, mais de 200 petecas de maconha, além de cachimbos e armas artesanais.
Após esta revista, uma artimanha que chamou a atenção foi uma barra de sabão utilizada para camuflar a entrada de um aparelho celular na unidade. Todo o miolo do sabão foi raspado e transformado em uma caixinha que levou dentro o aparelho de celular. Porém, poderia ser usado facilmente para encher de entorpecente.
O tempo ocioso e a criatividade dos presos tem como saldo a confecção de armas, chamadas de “chunchos” que, tem dentro da cadeia, como matéria prima, partes da estrutura do presídio, equipamentos eletrodomésticos e utensílios permitidos dentro do recinto.
Um agente penitenciário mostrou à reportagem que um eixo de ventilador  foi transformado em uma arma pontiaguda de alta periculosidade.

Tráfico de drogas funcionava dentro de unidade

Agno Sérgio Silva Ramos, diretor da Mata Grande: “detentos de um raio negociavam droga com presos de outro raio”

Nas revistas realizadas na Penitenciária da Mata Grande e na Cadeia Pública [que fica em anexo], a direção percebeu que, em ambas as unidades, funcionavam o tráfico de entorpecentes, inclusive com a existência de balança de precisão.
Segundo o diretor do sistema prisional local, Agno Ramos, os detentos tinham acesso, além de suas celas, com  outros raios com distância de mais de 200 metros.
De acordo com Agno Ramos, mesmo após as revistas, na sexta-feira (15) foi descoberta uma ação de venda de entorpecente dentro da Mata Grande. “Detentos de um raio negociavam droga com presos de outro raio. Para isso, eles confeccionaram uma ‘tia’, cordas duplas feitas de tecidos e outros artefatos. Eles lançaram esta ‘tia’ de um raio para o outro na distância do tamanho de uma quadra de futebol. Por este mecanismo, eles deslizavam as porções de droga e também o dinheiro de um lado para o outro”.
Além disso, os presos tem comunicação com os outros por meio de bilhetes escritos em papel jogado de um lado para o outro como também deslizados pela “tia”. “Pegamos um bilhete onde estava escrito: ‘quero dois feijões’, ou seja, duas porções de entorpecentes”, revelou o diretor.

 

Sociedade local é vítima dos que estão presos

Promotor de Justiça Henrique Schneider: “o caos estava instalado”

O promotor de Justiça Henrique Schneider, titular da 1ª Promotoria Criminal de Rondonópolis, disse à reportagem, durante a semana, que antes da operação pente fino quem comandava o presídio da Mata Grande eram os detentos. “Os presos tinham o poder de armas artesanais e usavam celulares para comandar o crime, aplicar golpes de falsos sequestros e outros delitos fora da unidade. O local estava o caos instalado”, revelou.
Vem se tornando um fato corriqueiro as pessoas receberem, em seus celulares, mensagens informado sobre premiações de casas, automóveis e prêmios em dinheiro. Na cidade, há vários registros, principalmente idosos, que caíram no golpe e inseriram quantias significativas de crédito em números desconhecidos de celular.
No dia 14 de maio deste ano, um golpista usou um carpinteiro para conseguir levar a quantia de R$ 1,6 mil em créditos de celulares de um posto de combustível, localizado na Vila Aurora, em Rondonópolis.
Conforme foi relatado no Boletim de Ocorrência registrado no Cisc, uma funcionária do posto informou à PM que foram colocados a quantia de R$ 1,6 mil de créditos em 13 números diferentes de celulares, mas a pessoa que solicitou as recargas não foi até o local para pagar.
De acordo com a funcionária, um carpinteiro, de 63 anos, foi até o posto e, durante uma ligação, uma pessoa pediu que ele colocasse os créditos e depois o interlocutor iria até o estabelecimento para pagar.
Só quando o valor da recarga totalizou R$ 1,6 mil o carpinteiro percebeu que era um golpe, pois o intermediador dos créditos havia ligado e falado que sua caminhonete tinha furado o pneu e iria demorar. A funcionária aguardou a chegada da pessoa que comprou os créditos, mas ela não apareceu.
Conforme o trabalhador, ele teria sido contatado, por telefone, para fazer um orçamento numa fazenda da região próxima à Guarita, na BR-163, por um indivíduo.
De acordo com o carpinteiro, a pessoa que o contatou pediu para que ele se dirigisse até um posto de combustíveis e providenciasse recargas telefônicas de celulares para alguns números que ele lhe passaria. A justificativa era que ele [intermediador] estaria chegando ao posto onde combinariam o serviço.
O trabalhador, pensando que ajudando o suposto contratante estaria garantindo o trabalho, acabou participando involuntariamente do golpe. A polícia acredita que o golpe tenha se originado dentro de uma cadeia, provavelmente da Mata Grande, já que os números das recargas tinham o DDD (66).

Mata Grande tinha oficina de celulares

Durante a revista no anexo da Mata Grande, os agentes descobriram que na unidade existia uma oficina de conserto de celulares. “Foram retiradas várias carcaças de aparelhos, placas e outras peças. Era um reeducando com amplo conhecimento em assistência técnica de celulares que prestava o ‘serviço’ dentro da unidade. Mas, agora, já desarticulamos este ‘serviço’”, disse o diretor do presídio Agno Ramos.

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  1. Reflexo de um sistema judiciario falido e de reeducação mais inviavel possivel, porem lá não tem politicos… Unico lugar que não vemos politico, só vemos eles lá quando da abertura ou ainda quando é assinado acordo com a empreiteira para contrução.

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