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O “efeito” Mata Grande no mundo do crime

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–> LIBERADO –> As autoridades de segurança pública em Rondonópolis reconhecem que a Penitenciária Major Eldo de Sá Correa, a Mata Grande, causa sérios reflexos no setor de segurança pública do município e até mesmo como acontece em outras cidades, onde possuem instalação de presídios, pode influir negativamente no aumento da criminalidade.
Porém, os organismos de segurança pública garantem que estão atentos à situação do presídio local que, atualmente, somando os presos do anexo (cadeia pública) e os condenados que cumprem pena no presídio, abriga mais de mil pessoas.
Segundo o delegado regional de polícia Percival Eleutério de Paula, Rondonópolis é uma cidade pólo e precisa  ter um  presídio desse porte.  “Nós precisamos ter uma penitenciária, isso é importante para  cidade e não tem como  mudar. Muitos avaliam que é um mau necessário”,  disse o delegado.
No entanto, Percival Eleutério admite que um presídio em uma cidade pode influenciar negativamente para o aumento dos casos de criminalidade. “Os presídios sempre recebem presos de outras comarcas. Com isso, muitas famílias de reeducandos acabam vindo para a cidade e se instalando por aqui em definitivo. Quando o preso é libertado, ele não volta para sua cidade de origem com sua família e acaba sendo reincidente ao crime na cidade onde cumpriu pena”.
O delegado avalia que é a forma como o sistema está sendo conduzido é que está errado. “Apesar dos esforços da diretoria do presídio, aqueles que cometeram infração são trancados na Mata Grande sem um projeto de ressocialização de resultados. Com isso, o preso sai da penitenciária com um grau de delinquência mais violento, pois um sistema que deveria reeducar o delinquente acaba servindo como escola do crime”.
Conforme o delegado, é percebido no dia-a-dia que o preso passa por três estágios antes de se tornar um criminoso mais violento, até mesmo com poucas chances de recuperação. “Primeiro, ele comete o furto, logo sai da prisão e comete roubo, já no terceiro estágio comete o latrocínio (roubo seguido de morte). Então, isso prova que o sistema penitenciário não está recuperando o preso”, externa Percival Eleutério.
A reportagem do jornal A TRIBUNA manteve contato com o diretor do presídio, Raimundo Vasconcelos, mas  não obteve êxito.

PM trabalha para evitar influências externas

Conforme o  comandante  da Polícia Militar na região Sul do Estado, coronel Valdevino Pimentel, a PM e os demais organismos de segurança juntamente com a Polícia Civil e Polícia Federal, tem trabalhado permanentemente para evitar as influências externas na Penitenciária da Mata Grande.  “Percebemos muitos casos onde o preso vem de outra comarca e os ‘companheiros’ de quadrilha acabam acompanhando ele para dar suporte à liderança do crime de dentro do presídio, com fornecimento de drogas, armas, entre outras coisas. Com isso,  estamos reforçando a cada dia as revistas no presídio tanto das pessoas que entram para visitas como as revistas nas celas”, disse.
O coronel externa que um presídio instalado em uma  cidade também traz  benefícios, como geração de empregos  tanto para os agentes prisionais, PMs, e geração de renda para empresas de  prestação de serviço, como é o caso das empresas  que fornecem alimentação na penitenciária.
Para o juiz criminal Wladymir Perri, a maioria das pessoas avalia não querer presídios em suas cidades ou próximos às suas casas, por acreditar em riscos para a segurança pública, porém, segundo ele, nunca parou para fazer uma análise mais aprofundada sobre a questão. “Nos últimos anos, em Rondonópolis, tenho tratado com rigor a questão de transferências de presos de outras comarcas para Rondonópolis. Para que uma transferência seja concedida, é preciso critérios como a presença da família no local, caso  contrário não autorizo”, disse o magistrado.

Moradores se dizem tranquilos próximo ao presídio

Alguns dos moradores no entorno da Penitenciária da Mata Grande se dizem seguros em morar perto do presídio. “Moro aqui há 22 anos e nunca fui vítima da criminalidade. Aqui é polícia circulando o dia todo. Tem coisa melhor para segurança de um morador? Na cidade, os ladrões roubam até calcinha no varal e aqui não”, diz o comerciante João Adarc Pereira.
“Há 21 anos me sinto tranquila em morar aqui na Mata Grande. Nunca tive problemas com presidiários. O nosso bar nunca foi roubado ou assaltado”, comenta a dona de casa Anizia Cândido Rodrigues.
A prestadora de serviços Carolina Soares da Mota, que mora na frente do presídio e reside próximo ao local há mais de 50 anos, também está tranquila quanto à proximidade do presídio, porém observa que vive em estado de alerta. “O diretor da penitenciária nos orientou a chamarmos a polícia quando observamos qualquer situação estranha próximo ao presídio. No entanto, na época em que existia o semiaberto já levei muito susto com pessoas de lá”, conta a moradora.

 

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2 COMENTÁRIOS

  1. Somente agora as autoridades se dão conta de que penitenciárias próximas à cidade gera um sem número de problemas? Parece piada,não? Todo mundo sabe que, para manter um prisioneiro na gaiola, existe em torno de meia dúzia de elementos aqui fora dando cobertura com dinheiro, cigarro, drogas, alimentos e por aí vai.

  2. Estes presos tem que trabalhar e nao ficar o tempo todo sem fazer nada produtivo, só fazem é dar continuidade no crime, pois vemos estes dias detentos desta penitenciária sendo presos por estar comendando atos ilicitos lá de dentro, e pior continuam a fazer a mesma coisa, pq não transferiram eles para outra penitenciaria? Será que não continuam a fazer a mesma coisa agora?
    Eu estava no PA sexta (13/04) para ser atendido, quando chegaram alguns funcionários da Mata Grande(agentes e pm) trazendo um preso com convunção por ter ingerido bebida alcoolica em excesso, logo depois foi transferido para o hospital regional, em estado de coma alcoolico, onde creio eu que permanece até hoje.
    Agora como pode, uma pessoa presa, que deveria pagar sua pena e retornar a sociedade transformado, ficam lá, bebendo, usando drogas, com celulares, e muitas outras coisas, e tudo isso nós é quem bancamos tudo.

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