O julgamento do ex-cabo da Polícia Militar Hércules de Araújo Agostinho, acusado de ter assassinado a tiros os empresários rurais Brandão Araújo Filho e seu irmão José Carlos Machado Araújo (Zezeca), que estava marcado para acontecer hoje (10), foi novamente adiado. A princípio, o julgamento do ex-cabo estava marcado para anteontem (8), foi transferido para hoje e agora, mais uma vez, redesignado para o dia 7 de outubro desse ano.
O motivo da não realização do júri hoje, segundo a Justiça, é porque o defensor do réu, advogado Jorge Henrique Franco Godoy, não foi cientificado da transferência do júri do dia 8 para o dia 10 de setembro.
PREOCUPAÇÃO COM A SEGURANÇA
Preocupado com a questão da segurança e ciente de que o réu se encontra numa instituição prisional de segurança máxima, em Ariquemes, no Estado de Rondônia, o juiz presidente do Tribunal do Júri, João Alberto Menna Barreto Duarte, entendeu ser necessário cercar-se de cautela a fim de prevenir risco de fuga, o que implica na alocação de importantes recursos de segurança, envolvendo um maior número de efetivos e de viaturas, a confecção e a aplicação de uma logística própria para o traslado do acusado, ocasionando, dessa forma, razoável despesa. Então por mais esta razão, decidiu retirar os autos de pauta e marcar uma nova data.
O CASO
O Cabo Hércules, segundo consta nos autos, teria sido um dos pistoleiros contratados para dar fim à vida dos irmãos Araújo. Brandão Filho foi assassinado no dia 10 de agosto de 1999 e o seu irmão Zezeca foi executado no dia 28 de dezembro de 2000.
As mortes dos Irmãos Araújo, pelo que consta no inquérito, foram motivadas por desentendimentos envolvendo a venda de uma área de terra (Fazenda Três Irmãos), de propriedade de José Carlos Machado Araújo, negociada em 1988. A pessoa com quem a vítima fez o negócio é apontada nos autos da ação penal, que o Ministério Público move contra o acusado Hércules de Araújo Agostinho, como suposta mandante do crime.
De acordo com a família das vítimas, passados mais de 20 anos, a negociação [pagamento] da área, ainda não foi concretizada e o processo se arrasta na justiça do estado.
A justiça brasileira virou uma grande piada de mau gosto. Que me perdõem os que ainda acreditam nela, inclusive eu, mas da maneira como ela se apresenta não passa de vergonha nacional, que beneficia o infrator, um gigantesco incentivo ao crime.