Professor é suor e dor.
Dor doída é ser professor.
É só suor e muita dor.
Como dói a dor doída,
na vida do professor.
A voz está calejada.
A garganta inflamada.
Ao falar, a garganta irrita.
A turma, em uníssono, grita.
O professor vira voz e fera.
A berros ensina a matéria.
No corredor está o professor.
Lá, ele chora de tanta dor.
Dor das ofensas sofridas.
Da agressão verbal dolorida.
Da disciplina não aprendida.
Os pais culpam o professor,
por tudo e pela sua dor.
Logo, o mês acaba.
O professor espanta.
Com pouco dinheiro na conta.
Depois de tanto suor e dor,
só restam penúria e amargura,
na vida sofrida do professor.
Lá vai o professor.
Mal começou o dia.
Sofre duras ameaças e
vai parar na delegacia.
O B.O. ficou registrado.
No dia seguinte, na mesma sala,
estão o professor e o agressor.
Enquanto um, ensina o outro
olha com mirada assassina.
Vida de professor é isso,
suor e dor.
(*) Jorge Manoel é jornalista, professor, intérprete e poeta
Parece-me que acabou aquele respeito aos professores como tínhamos antigamente, seja pelo medo ou admiração. Tenho a sensação que a partir do início dos anos 2000, talvez 2003 para cá, os alunos se rebelaram. O professor perdeu “autoridade” e os alunos, nem todos, “tornaram-se indisciplinados.”
Impressionante! Ser professor é bem isso mesmo.