(*) Brasilino da Silva
Bailar é poder malicioso para singularizar a festas dos sentidos dela
Exalado pelos xamãs campos capilares dela até aos feromônios hostis
Hostis à calmaria dos velhos conservacionistas e mitos do bem viver
O certo é que os sentidos sentem no ar o cheiro do xamã em bailado
Bailado das pulsões rebeldes querendo fazer sentido a sua existência
Na verdade, o bailado é o ápice do bem após a assembleia das pulsões
Daí então se baila numa sinfonia etérea luz transcendente dos sentidos
Das pulsões e mistérios luz da vida vivida em notas melódicas pelo ar
Bailar da vida
Profusão dos sentidos
Felicidade do Eros
Ela queria manifestar
Manifestos naturais de vida plena código de
enlace de mãos puxando ao salão
De vez em sempre nem tanto, um corredor ou perto
do balcão a meia luz servia
Imaginações em deslises e tatos da pele dourada
nas curvas generosas do corpo
Etéreos e físicos já que inseparáveis yin e yang
e o bailado é expressão primeira
Como é linda esta mulher de leveza encantada a
levitar plena leve é chão da vida
Sensibilidades pontuais olhos maliciosos ternos
reafirmavam o quão bom era ela
E era! E não sei sabendo o porquê das limitantes
castrações primeiras destas horas
Dura formação espartana; corpo é indiciário
da moldura do caráter e produto final
Dançar, do mal e o riso indício da bobeira
ordinária dos tolos e o amor um pecado
Assim, encantado e agradecido perdeu, e ela continuou bela
por toda leveza que punha na vida manifestada num
eterno bailado leve de vida plena prenhe no ar.
Ela desejava
Não pôde acompanhar
E ela foi bailar noutras plagas
Mas fomos e ainda somos muito felizes.
(*) Brasilino José da Silva é poeta em Rondonópolis
